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Política

Senadores decidem manter Dilma apta a ocupar cargos públicos

Ricardo Campos Jr. | 31/08/2016 13:16
Placar da votação sobre a perda dos direitos políticos de Dilma (Foto: reprodução / TV Senado)
Placar da votação sobre a perda dos direitos políticos de Dilma (Foto: reprodução / TV Senado)

Depois de cassar o mandato de Dilma Rousseff (PT), os senadores decidiram manter os direitos políticos dela. Na votação do segundo quesito, 42 parlamentares foram a favor e 36 contra a medida, enquanto três se abstiveram. Para ser aprovada a inegibilidade, eram necessários pelo menos 54 votos favoráveis. Com o resultado, a ex-presidente pode ocupar função pública após deixar o Governo Federal.

A posse de Michel Temer (PMDB) como presidente da república deve ser realizada ainda nesta quarta-feira (31) no Senado.

O placar da votação do impeachment foi 61 votos favoráveis e 20 contra, com nenhuma abstenção. O julgamento de Dilma chega ao fim depois de quase nove meses desde a chegada da denúncia na Câmara dos Deputados.

Primeira mulher a ocupar a presidência, a petista recebeu 54,5 milhões de votos.

A sessão final de julgamento no Senado, comandada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, começou na quinta-feira passada (25). Eram necessários 54 votos “sim” pelo afastamento definitivo de Dilma.

Com isto, a petista foi comunicada oficialmente pelo Senado e está definitivamente afastada. A votação no Senado foi nominal, eletrônica e em duas etapas.

Primeiro, os senadores responderam à seguinte pergunta: “Cometeu a acusada, a senhora presidente da República, Dilma Vanna Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos junto a instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhes são imputados?"

Em seguida, votaram se "Ela deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo oito anos?”.

Nas últimas etapas do julgamento, Dilma foi defender-se no Senado. Passou praticamente toda a segunda-feira (29) respondendo a perguntas de senadores, depois de um pronunciamento em que negou ter cometido crime de responsabilidade pelas chamadas “pedaladas fiscais”, dizendo, entre outras coisas, que a denúncia contra ela teve forma e seguiu o rito processual, mas não se sustentava em conteúdo.

Trajetória - Dilma Rousseff, mineira de 68 anos, 36ª presidente da República, primeira mulher a presidir o Brasil, governou o País de janeiro de 2011, sucedendo a Luiz Inácio Lula da Silva, também do PT, até maio deste ano, quando foi afastada temporariamente por decisão do Senado, quase um ano e meio depois de iniciar seu segundo mandato. A denúncia que resultou no impeachment foi apresentada pelos juristas Helio Bicudo, Janaina Paschoal e Miguel Reale Junior.

De combatente à primeira presidente mulher - Em 1960, quando tinha 16 anos, Dilma iniciou seu contato com a política. Na ocasião, entrou para a organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop) e lutou contra a ditatura, que ocorreu de 1964 a 1958, e era a favor de um governo socialista. Por um tempo, Dilma Rousseff utilizou outros nomes para não ser encontrada pelas forças de repressão aos opositores do regime militar. Em 1970, foio presa e torturada pelo crime de subsversão.

Em 1973, Dilma volta para sua cidade natal, Porto Alegre (RS), e se forma em Economia. Deu à luz Paula Rousseff Araújo, sua única filha, fruto do relacionamento com o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, seu colega na guerrilha.

Dilma foi escolhida para substituir José Dirceu no Ministério da Casa Civil, após o escândalo conhecido como 'mensalão' e permaneceu no cargo até março de 2010, quando oficializou sua campanha pela Presidência da República. No mesmo ano foi eleita, se tornando a primeira presidente mulher a governar o Páis. Em 2014, foi reeleita pelo voto da maioria da população brasileira.

 

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