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Política

Sessão de protesto contra café da manhã tem vaias, gritos e dura só 1h

Aline dos Santos e Jéssica Benitez | 20/06/2013 10:30
Manifestante levou cartaz contra fartura do lanche na Câmara. (Foto: Cleber Géllio)
Manifestante levou cartaz contra fartura do lanche na Câmara. (Foto: Cleber Géllio)
Hoje, onde ficava o polemico café da manhã "de luxo" havia cafezinho e chá para vereadores. (Foto: Jéssica Benitez)
Hoje, onde ficava o polemico café da manhã "de luxo" havia cafezinho e chá para vereadores. (Foto: Jéssica Benitez)

Vaias, gritos, cartazes e duração de apenas uma hora deram o tom à sessão desta quinta-feira na Câmara Municipal de Campo Grande. Hoje, 30 manifestantes protestaram contra a fartura do café da manhã servido aos vereadores. Até ontem, quando foi rescindido, contrato entre a Câmara Municipal e a panificadora Tietê Ltda previa até R$ 76 mil.

Os manifestantes chegaram às 7h30 e saíram às 10h15. Em seguida, a sessão foi encerrada. “Foi votado um projeto, requerimentos”, afirma Marcos Alex (PT) sobre a rapidez no encerramento dos trabalhos. Foi aprovado em primeira discussão o projeto que cria o Dia da Doméstica.

Além de curto, o encontro entre público e vereadores foi tumultuado. A cada tentativa de discurso de parlamentar, as pessoas reagiam com vaias. Para apaziguar os ânimos, o presidente da Câmara, Mário César (PMDB), e os vereadores Paulo Siufi (PMDB), Marcos Alex (PT) e Vanderlei da Silva Matos, o Vanderlei Cabeludo (PMDB), se reuniram com as lideranças dos manifestantes.

Foi feito acordo para que quatro pessoas ocupassem a tribuna por cinco minutos. “O gigante acordou, não vamos parar de lutar”, afirmou Fábio Lechuga. No discurso, disse aos vereadores que o brasileiro ama futebol, mas ama mais os próprios filhos.

Maristela Sanchez relatou que é absurdo café da manhã de R$ 70 mil. “Tenho dois filhos, sou casada e não tenho condições de tomar um café simples”, disse. Na tribuna, citou o vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, que, segundo ela teria chamado o grupo de “vagabundo”.

A assessoria do vereador disse ao Campo Grande News que houve um equívoco e que o parlamentar não chamou os manifestantes de "vagabundos". Segundo a assessoria, o vereador ocupava a mesa diretora quando foi vaiado, se irritou e desceu para o plenário.

Estudante de psicologia e funcionária de um escritório, Karoline Moreira, de 21 anos, traçou um paralelo entre o café da manhã na Câmara e a falta de alimentos nos Ceinfs (Centros de Educação Infantil). Ela tem uma filha que estuda na rede municipal. “Não queremos luxo, mas igualdade. Por vir aqui hoje, vão descontar R$ 30 do meu salário”, afirmou.

Na atual gestão, o valor do gasto com lanches aumentou para quase R$ 9 mil por mês. A contratação foi por meio de convite. No ano passado, a despesa era de R$ 3,6 mil mensais.

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