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Política

Sob pressão, Bernal volta a “usar a caneta” para evitar a cassação

Josemil Arruda | 11/03/2014 15:49
Temor de ser cassado leva Bernal a fazer mais nomeações políticas (Foto: arquivo)
Temor de ser cassado leva Bernal a fazer mais nomeações políticas (Foto: arquivo)

Pressionado pelo risco de cassação, o prefeito Alcides Bernal (PP) voltou a usar a caneta, no velho estilo “tomá lá, dá cá”, a fim de consolidar apoio e garantir votos no julgamento de amanhã.

Entre as várias nomeações de hoje, publicadas no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), chama atenção as três que fez para a Agência Municipal de Trânsito (Agetran), a fim de atender reivindicações do PTB.

No final do ano passado, o vereador Edson Shimabukuro (PTB) indicou o engenheiro Jean Saliba para a presidência da Agetran. Com a nomeação de Saliba e a promessa de nomeações de técnicos para outras funções de confiança na Agetran, o petebista passou a integrar a base de apoio do prefeito.

Desde a escolha de Saliba, o vereador do PTB vinha cobrando, sem sucesso, a nomeações de outros comissionados para a Agetran. Na semana passada, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a Câmara da Capital a retomar o processo de cassação de Bernal, o petebista sentiu que havia chegado o momento para as nomeações. “A volta da Comissão Processante deve apressar nomeações que venho aguardando na Agetran”, admitiu Shimabukuro. “Se mantiver parceria, vamos juntos. Sou da base, mas se não tiver parceria voto favorável à cassação”, avisou.

Shimabukuro estava certo. Sob pressão, Bernal fez hoje as nomeações para a Agetran de Sidnei Oshiro, para exercer o cargo em comissão de Assessor-Técnico I, símbolo DCA-4, Marlene Ferraz Borges e Marleide de Oliveira Gomes, ambas para o cargo de Assessor-Técnico II, símbolo DCA-5.

Estranheza - O presidente da Câmara de Campo Grande, vereador Mario Cesar, considerou estranho que o prefeito Alcides Bernal tenha feito as nomeações para a Agetran na véspera de seu julgamento. “Espero que essas ações não sejam para tentar impedir a cassação”, admoestou o dirigente, lembrando que Bernal entregou a Agetran para o PTB em dezembro passado e o partido vinha reclamando que não conseguia fazer nada no órgão. “Casou estranheza fazer isso agora”, declarou. “Parece que se o STJ não tivesse dado a liminar, as nomeações não teriam saído”, emendou.

Para Mario Cesar, o prefeito Alcides Bernal é “movido a pressão”, havendo vários exemplos disso durante seu governo. “Já aconteceu outras vezes. No ultimo dia do prazo nomeou pessoal da Guarda Municipal. Com professores, que iria vencer o concurso, foi a mesma coisa. Também deixou para o último dia para entregar o Orçamento para a Câmara e a desapropriação do prédio no último momento. É preocupante. Campo Grande não merece isso”, afirmou o peemedebista.

 

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