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Política

STF autoriza Delcídio a passar 11 dias em São Paulo para exames médicos

Partido suspendeu parlamentar até que ele se defenda das acusações que motivaram a prisão.

Ricardo Campos Jr. | 26/02/2016 17:38
Quando voltar de viagem, Delcídio seguirá em prisão domiciliar (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Quando voltar de viagem, Delcídio seguirá em prisão domiciliar (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a viagem do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) a São Paulo para exames médicos. Segundo informações da Agência Brasil, ele pode ficar na capital paulista a partir desta sexta-feira (26) até o dia 7 de março. Até então a saída dele do apartamento em Brasília só era permitida para as sessões parlamentares.

Conforme a imprensa nacional, o petista deverá apresentar os resultados dos check ups quando voltar ao Distrito Federal. Ele cumpre prisão domiciliar desde que foi solto no dia 19.

Segundo informações do G1, o presidente do partido, Rui Falcão, disse hoje que Delcídio foi suspenso até que ele apresente uma defesa à sigla sobre a suspeita de ter tentado ajudar na fuga de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras investigado pela operação lava jato.

Uma comissão deve elaborar um relatório com base no que o senador disser à sigla. Assegurado o direito de defesa, o documento deve ser debatido no diretório no próximo encontro dentro de dois meses. Delcídio poderá estar presente e se defender pessoalmente.

Prisão - O petista foi detido em novembro como desdobramento da operação Lava Jato. Desde então, o parlamentar, mantido inicialmente na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, foi transferido para o presídio militar, teve a prisão mantida pelo STF e Senado, e agora aguarda o retorno dos trabalhos do judiciário e legislativo para entrega de nova defesa.

Segundo a PGR (Procuradoria Geral da República), que já denunciou o senador ao STF, ele teria agido de forma a dificultar a colaboração premiada de Cerveró, com o objetivo de evitar que fosse divulgado seu envolvimento nas possíveis irregularidades da Petrobras. O petista ainda foi gravado oferecendo um plano de fuga ao ex-diretor.

Havia cogitação, até agora negada pela defesa, de o senador aderir à delação premiada, o que foi reforçado quando o parlamentar contratou o advogado Antonio Figueiredo Basto, em dezembro passado, especialista em acordos de colaboração.

Ele é responsável pelo processo de colaboração do doleiro Alberto Yousseff. Além disso, há informações de que o petista teria voltado a manifestar irritação com o governo e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

No começo de fevereiro, a defesa do senador pediu ao STF a anulação do vídeo em que ele supostamente oferece ajuda na fuga de Cerveró e tenta impedir a delação premiada. As imagens foram gravadas por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, e usadas pelo MPF (Ministério Público Federal) para embasar o pedido de prisão do parlamentar.

Os advogados alegam que Bernardo agiu como “agente infiltrado” ao gravar o encontro com o petista. Dessa forma, as imagens carecem de autorização prévia da Justiça para serem usadas como prova. Além disso, a defesa alega também que o senador não pretendia perturbar as investigações e que a reunião onde o vídeo foi gravado foi marcada como uma armadilha para Delcídio.

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