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Política

Vereador declarou R$393 mil e Gaeco descobriu movimentação de R$4,3 mi

Michel Faustino | 04/12/2015 18:38
Marcos Alex disse que vereadores movimentaram o dobro do declarado. (Foto: Fernando Antunes)
Marcos Alex disse que vereadores movimentaram o dobro do declarado. (Foto: Fernando Antunes)

O promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação e Repressão ao Crime Organizado), revelou em entrevista coletiva na tarde de hoje (04), que todos os vereadores investigados na operação Coffee Break movimentaram valores superiores aos que declararam ter recebido durante o período que antecedeu a cassação de Alcides Bernal (PP). Em um exemplo citado pelo promotor, um dos vereadores, que não teve o nome revelado, declarou ter recebido R$393 mil, no entanto, os extratos bancários revelaram uma movimentação milionária, R$4,3 milhões.

Conforme o promotor, a investigação apontou que os valores movimentados por cada vereador são variáveis, mas todos, sem exceção, movimentaram duas ou três vezes mais do que os valores declarados, que giram em torno de R$170 mil.

"Os vereadores movimentaram de R$300 a R$400 mil não declarado em suas contas indicando que esse dinheiro foi movimentado durante o período que antecedeu a cassação do prefeito Alcides Bernal", revelou.

Investigação - O Gaeco concluiu que 13 pessoas cometeram crimes e podem ser denunciadas à Justiça pela suposta compra de votos para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP) em 12 de março de 2014. No relatório, concluído e encaminhado hoje à Procuradoria Geral de Justiça, os promotores pedem a denúncia de oito ex-vereadores, do ex-vereador Alceu Bueno, do prefeito afastado Gilmar Olarte (PP) e do empresário João Alberto Krampe Amorim.

A Operação Coffee Break foi deflagrada no dia 25 de agosto deste ano, quando a Justiça determinou o afastamento de Gilmar Olarte do cargo de prefeito e de Mario Cesar Oliveira da Fonseca (PMDB) da presidência da Câmara. Na ocasião, 13 pessoas foram conduzidas coercitivamente a sede do Gaeco para prestar depoimentos.

Entre os investigados estavam os empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco; João Baird, dono da Itel Informática; e Fábio Portela Machinski; os vereadores Mario Cesar, Edil Albuquerque (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Waldecy Batista Nunes, o Chocolate (PP); Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB); Edson Shimabukuro (PTB), Paulo Siufi (PMDB), Gilmar da Cruz (PRB); Jamal Salem (PR), que era titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), e do ex-vereador José Alceu Padilha Bueno.

A partir da entrega, nesta sexta-feira, a Procuradoria Geral de Justiça terá 15 dias para analisar o processo e decidir pelo arquivamento ou denúncia dos 13 investigados. Marcos Alex está confiante na oferta da denúncia, que pode ser aceita ou recusada pela Justiça.

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