Vereadores podem liberar R$ 5 mi a hospital, mas nem conhecem projeto
Prefeita não enviou representante para a audiência pública e parlamentares e conselhos cobram respostas
Vereadores realizaram, na manhã desta segunda-feira (18), uma audiência pública para discutir a criação de um hospital municipal anunciado na última quinta-feira (14) pela prefeita da Capital, Adriane Lopes (PP).
Representantes dos conselhos municipal e estadual de saúde e parlamentares reclamaram a falta do projeto e o motivo de a prefeitura ainda não ter protocolado na Câmara Municipal de Campo Grande.
O presidente da Casa de Leis, Carlos Augusto Borges, o “Carlão” (PSB), sugeriu que se cada um dos 29 vereadores colaborasse com parte de suas emendas impositivas, somando com os recursos do FMS (Fundo Municipal de Saúde), poderiam contribuir com R$ 5,8 milhões.
Carlão também afirma a importância da Câmara nas decisões do município. “É aqui na Câmara que passam as decisões porque é a casa do povo, se não cobrarmos essas questões, não vamos a lugar nenhum, precisamos de um debate profundo, o povo está enjoado de lançamento de obra”, explica.
Diferente do que afirmou no lançamento do Centro de Referência da Mulher Atendimento Materno Infantil, na sexta-feira (15), a prefeita não enviou nenhum representante da prefeitura para participar do debate, deixando os participantes sem resposta.
Ricardo Alexandre Corrêa Bueno, presidente do CES (Conselho Estadual de Saúde), afirma que é importante que a partir do anúncio da construção de um hospital municipal, sejam cobradas respostas sobre o projeto e também sobre os prazos.
“Já que foi anunciado, vamos cobrar que apresentem esse projeto porque não dá pra brincar e falar que vai acontecer em um ano, vamos mudar essa fala”, afirma Bueno que sugeriu que a Câmara determine um prazo para que a prefeitura apresente o projeto e destacou que o conselho será parceiro para que essa ideia saia do papel.
Para o vereador José Jacinto Luna Neto, o “Zé da Farmácia” (Podemos), a criação de um hospital é urgente, porém ele aponta problemas enfrentados nas unidades de saúde já existentes.
“É uma necessidade urgente hoje, mas nas unidades não tem nem dipirona, então fica essa desconfiança, mas também a esperança de que exista esse hospital”, desabafa o vereador.
Já a presidente do CMS (Conselho Municipal de Saúde), Cleonice Albres, questionou a criação do hospital. “Os hospitais que temos estão ok, não, não tem leitos, médicos e medicamentos e vamos construir um, como?”, indagou.
Quanto à sugestão do presidente da Câmara sobre os vereadores destinarem parte das emendas impositivas, os parlamentares André Luís Soares, o “Prof. André Luís” (Rede), Ronilço Cruz, o “Ronilço Guerreiro” (Podemos) e Ademar Junior, o "Coringa" (PSD), concordam, desde que conheçam o projeto.
“Sem dúvida, desde que haja clareza no projeto e seja um projeto factível”, afirma André.
“Se tiver um projeto discutido com a sociedade e viável, com certeza topo colocar minhas emendas na construção do hospital municipal. Seria bacana um concurso envolvendo arquitetos, universidades, etc, para elaboração do projeto”, explica Ronilço.
Também participaram da audiência a vereadora Luiza Ribeiro (PT), proponente da discussão e os vereadores, Victor Rocha, o “Dr. Victor Rocha” (PP), Ademar Vieira Júnior, o “Júnior Coringa” (PSD), André Luís Soares, o “Prof. André Luís” (Rede), Ronilço Cruz, o “Ronilço Guerreiro” (Podemos) e José Jacinto Luna Neto, o “Zé da Farmácia” (Podemos).
A reportagem entrou em contato via e-mail com a Prefeitura de Campo Grande, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.