Do cheque sem fundo ao Pix agendado, os golpes na Capital só se transformaram
Talão de cheques e dinheiro em espécie em 20 anos deram lugar ao Pix agendado e cartões de banco
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São 20 anos que separam os registros dos cheques sem fundos, golpe por orelhão, assalto em ônibus, furtos de fios de telefone fixo das atuais versões de golpes. Hoje é tempo de cair no conto do Pix agendado, dos furtos de fio de cobre e do pedido de dinheiro pelo Whatsapp.
Campo Grande em 2003 tinha pouco mais de 705 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Atualmente, são 897 mil pessoas que residem na Capital.
Neste ano, em homenagem aos 124 anos da Capital, o jornal Campo Grande News revive seus arquivos para lembrar que 20 anos estão mais próximos do que se imagina. Algumas coisas só mudam de nome, mas o intuito é o mesmo.
O primeiro verificado em relação aos golpes e similares envolve os cheques devolvidos sem fundos, conhecidos naquele tempo como "borrachudo", por "bater e voltar". Para muitas pessoas, incluindo quem vos escreve, preencher um talão ou folha desse item bancário nunca aconteceu. São somente lembranças de pessoas mais velhas como pais e avós.
As fotos dos cheques devolvidos são do dia 20 de fevereiro de 2003. Elas mostram itens do Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e até de instituição financeira que não existe mais, caso do antigo HSBC.
Há 20 anos, era usual o pagamento com cheques, mesmo sem dinheiro na conta ou condições de pagar a dívida firmada, em resumo: má-fé. O certo é que conforme entendimento da Justiça, pagar algo com cheque sem fundos não configura estelionato, e sim inadimplência contratual.
Mas se os espertos mudaram o "modus operandi", a lei também ficou mais bruta. Cheque que volta é diferente do golpe 'similar' da atualidade. Por exemplo, se você paga algo com uma transferência bancária via Pix na modalidade agendado e depois cancela, é considerado crime de estelionato. A pena para este tipo de infração é de um a oito anos, por ter o agravante da fraude eletrônica.
Camelódromo - Um dos centros comerciais mais tradicionais de Campo Grande, o Camelódromo na Avenida Noroeste, esquina com a Afonso Pena, é um dos principais pontos para quem busca itens baratos no Centro. Neste ano, o local foi fechado pela Polícia Federal para fiscalização.
A Operação Bigorna cumpriu dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal da Capital. Apenas um box foi alvo da ação. Por causa da operação, a abertura do centro comercial foi atrasada em 1 hora e 30 minutos. Os portões foram abertos às 9h30. O alvo era contrabandistas de eletrônicos.
Foram encontrados centrais multimídia, garrafas térmicas, balanças digitais, videogames e acessórios, notebooks, filmadoras, dispositivos de armazenamento, entre outros. Há 20 anos, aconteceu operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime ao Crime Organizado) que apreendeu CDs.
Descaminho é o crime, com pena prevista de 1 a 4 anos de reclusão, cometido contra a Administração Pública quando não se paga o imposto devido pela compra de mercadoria estrangeira (lícita). Já o contrabando significa importar ou exportar mercadoria proibida no Brasil, com pena de reclusão de 2 a 5 anos.
Outros crimes - Na mesma toada de apreensão no camelódromo, o arquivo do Campo Grande News teve apreensão de fitas VHS em maio de 2003. A apreensão foi feita em residência também pelo Gaeco. As fitas eram usadas para o antigo aparelho de videocassete, que seria um antecessor do aparelho DVD.
Saindo da seara de apreensões e de volta aos golpes financeiros, em maio de 2003, o Campo Grande News registrou a apreensão de moedas falsas. Com o advento das transferências bancárias instantâneas, cartões de débito e crédito, ter dinheiro em mãos se tornou raro.
O crime de moeda falsa está previsto no artigo 289 do Código Penal, com pena de reclusão de três a doze anos e multa. Ou seja, a lei se aplica tando a moedas impressas quanto para moeda.
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