Do terrão ao asfalto, em 2 décadas regiões abandonadas viraram bairros nobres
Ficar livre do lamaçal na chuva ou da poeira na estiagem é celebrado pelos moradores
Enquanto a regra em 2003 era “pé na lama”, o Jardim Presidente, em Campo Grande, testemunhou a chegada do asfalto nas últimas décadas. Ficar livre do lamaçal na chuva ou do terrão na estiagem é celebrado pelos moradores, que ainda torcem que o pavimento se espalhe pelas demais vias do bairro.
“Quando eu cheguei aqui era tudo mato. O asfalto chegou à época do [André] Puccineli, tem um tempo. De lá pra cá, as coisas melhoraram bastante. Mas ainda tem várias que estão sem asfalto aqui no bairro, falta só isso pra melhorar pra todo mundo”, afirma o aposentado Osias Argentino Barro, de 73 anos.
Na rua da dona de casa Ana Cláudia da Silva, de 53 anos, o asfalto é mais recente. “Aqui era tipo uma chácara e tive que fazer a minha casa de lona. O asfalto é recente, mas melhorou bastante. O bairro tem posto de saúde, só está faltando o esgoto”, diz a moradora.
Arquivo do Campo Grande News, datado de 2003, mostrava as dificuldades para quem morava no Jardim Presidente. Além da lama, as ruas de terra se tornavam lixão, com descarte irregular de resíduos.
No Bairro Vilas Boas, o asfalto e a abertura de via fizeram surgir o corredor gastronômico da Bom Pastor.
“Isso começou, mais ou menos, em 2008. O primeiro comércio foi o Point do Espeto. O Josimar começou a assar carne numa churrasqueirinha. Foi aumentando, aumentando, aumentando e virou tudo que tem hoje lá. O asfalto vinha até a Praça do Peixe, para baixo nem tinha asfalto”, rememora o corretor de imóveis Valmir Tertulina dos Santos, 53 anos, que mora desde 1996 no Vilas Boas.
Ele destaca que a abertura da via para acesso à Avenida Interlagos resultou em valorização imobiliária, com terreno avaliado em R$ 3 mil na década de 90 e agora vale R$ 300 mil.
Há 20 anos, outra obra importante a entrar no cenário de Campo Grande era a Avenida Via Parque, que margeia o Córrego Sóter.
O cenário de erosão, onde crianças se arriscavam a nadar, foi trocado pelo parque ecológico, área verde de 22 hectares no Bairro Mata do Jacinto. Nesta mesma região, saiu a favela e foram erguidos prédios residenciais.
Em 2020, o total de vias na área urbana atingiu 4.061,50 quilômetros em Campo Grande, onde 2.874,00 km das vias são pavimentadas e aproximadamente 1.187,50 km não possuem pavimentação.
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