Estádio Douradão já foi templo do futebol de Mato Grosso do Sul
Com capacidade para 26.800 torcedores, Frédis Saldivar foi considerado moderno para a sua época, mas passou anos abandonado e só recentemente foi colocado em condições de uso
Com capacidade para 26.800 torcedores, o Estádio Frédis Saldivar, o Douradão, é uma das maiores praças esportivas da região Centro-Oeste. Instalado em Dourados, cidade que completa 80 anos de emancipação no dia 20 deste mês, o estádio, em termos de capacidade para o público em Mato Grosso do Sul, perde apenas o Morenão, em Campo Grande, que pode receber até 45 mil pessoas.
Nos últimos anos o futebol de Dourados ter deixado a desejar. O Ubiratan não sabe o que é ganhar um título desde 1999 e em 2016 vai jogar na segunda divisão. O Sete de Setembro nunca venceu um campeonato estadual.
O futebol douradense não tem um representante em competição nacional desde 2000, quando o Ubiratan jogou a Copa do Brasil. Mas o Douradão resiste. Nos últimos anos recebeu melhorias da prefeitura e foi palco de times de outras cidades.
Cene de Campo Grande e Aquidauanense mandaram jogos no estádio da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. O Cene pela Copa do Brasil e Série D do Brasileirão e o time de Aquidauana pela Copa-BR.
Herança de Pedrossian – Localizado na Rua Coronel Ponciano, região leste da cidade, o Douradão começou a ser construído na década de 1980 pelo então governador Pedro Pedrossian. Embora a inauguração oficial tenha ocorrido apenas em 1994, com o jogo amistoso entre Fluminense e Internacional, um dos grandes clássicos brasileiro, na prática, o estádio começou a ser utilizado para jogos em 1986.
Naquele ano, o Ubiratan Esporte Clube se qualificou para disputar o Campeonato Brasileiro da Série B (batizado na época de Torneio Paralelo). No grupo do “Leão da Fronteira” estavam equipes bastante conhecidas no cenário nacional como América/MG, Uberlândia (MG), Anapolina (GO), Itumbiara (GO), Mixto (MT), Juventus (SP) e a Internacional de Limeira, que no ano anterior havia conquistado o campeonato paulista em uma vitória épica sobre o Palmeiras.
Como o velho “Napoleão Francisco de Souza”, o Estádio da Leda, não tinha condições de receber uma competição oficial da CBF, o jeito foi improvisar. Como apenas os setores das cadeiras numeradas e arquibancadas cobertas estavam prontos, no lado posterior foram instalados tapumes, para garantir a segurança dos torcedores, jogadores e arbitragem.
O diretor técnico da CBF Pedro Lopes, que era da Federação Catarinense de Futebol, fez a vistoria e liberou o estádio. O primeiro jogo no local foi entre Ubiratan e Mixto, em 12 de abril, vencido pela equipe douradense por 4 a 2. O primeiro gol foi marcado pelo centroavante ubiratanense Ademir Patrício. Mas o Leão da Fronteira não foi longe na competição, caindo logo na primeira fase.
Recorde de público – O maior público da história do Douradão, oficialmente, foi a primeira partida da decisão do Campeonato Sul-Mato-Grossense de 1988, quando 18.780 pessoas pagaram ingresso para ver o empate de 1 a 1 entre Ubiratan e Operário de Campo Grande. No jogo de volta, na Capital, o Galo venceu por 1 a 0 e ficou com o título.
Naquele mesmo ano, em duas semifinais memoráveis entre Ubiratan e CAD (Clube Atlético Douradense), o estádio recebeu mais de 15 mil torcedores em cada jogo.
Títulos – O Douradão foi palco de comemoração de bicampeonato estadual do Ubiratan em 1998 diante do Serc Chapadão e em 1999, de forma invicta, contra o Comercial (no primeiro título em 1990, o jogo decisivo ocorreu em Naviraí).
O estádio também recebeu algumas das principais equipes brasileiras em jogos amistosos, como na inauguração da iluminação com Fluminense e Inter, como também em competições nacionais. Pela Copa do Brasil, jogaram no estádio Corinthians, Atlético/MG, Sport e o próprio Internacional, além da Seleção Brasileira, com as categorias Sub17 e Sub20. Em jogos festivos, atuaram craques como Zico, Rivelino, Zenon, Mário Sérgio, Luiz Pereira, Edu e Muller, entre outros.
O nome da praça esportiva homenageia Frédis Saldivar. Empresário do setor da construção civil, ele foi fundador do Operário Esporte Clube (rebatizado com o nome de CAD) e doou o terreno para a construção do Douradão.