Shoppings, hotel de luxo, outlet e até praia: sonhos que não saem do papel
Empreendimentos que a Capital projetou, mas não saíram do papel
Campo Grande completa 116 anos no próximo dia 26 de agosto e durante esse tempo viu e reviu uma série de lançamentos de projetos que prometeram trazer não só o desenvolvimento, mas realizar sonhos dos moradores. Quem se lembra da praia artificial, do hotel de luxo do Binder, do Shopping Cidade Morena, do outlet ou da fábrica de tablets?
Alguns dos grandes projetos da Capital estão em andamento, enquanto outros nem mesmo saíram do papel. O balneário Lagoa Rica, localizado na saída para Três Lagoas, é um deles. Promessa da praia artificial, foi anunciado em 2010 na gestão do ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB). Na época, a prefeitura dizia que aguardava recursos federais de R$ 20 milhões para por em pratica o projeto da "Praia Morena".
No entanto, o projeto não seguiu para frente e o balneário está fechado. A área foi interditada após o registro de uma nova morte, segundo funcionários do local.
O Shopping Cidade Morena foi projetado pelo Grupo Saad em 2013, para ter 260 lojas e seis pavimentos. O empreendimento iria atender a todas as classes sociais e poderia ser a esperança que faltava para os lojistas do Centro, já que estaria localizado no quadrilátero formado pelas ruas Dom Aquino, Marechal Cândido Mariano Rondon e 14 de Julho e a avenida Calógeras. No local, hoje funciona um estacionamento.
Também há aqueles projetos que começaram, mas por algum motivo os anos passaram e nada da inauguração. O Outlet Premier Campo Grande foi super comentado em 2013, com a proposta de oferecer produtos com 70% de desconto, no Indubrasil. Porém, as obras demoraram onze meses para começar e a previsão de inauguração mudou do primeiro trimestre de 2015 para o segundo semestre de 2016.
Idealizado para ser um dos maiores hoteis de Campo Grande, o Binder começou a ser construído na avenida Afonso Pena, mas a obra ficou parada por 18 anos, até que em 2013 foi retomada. Agora com nome de El Kadri Plaza Hotel, o empreendimento promete 148 apartamentos. Porém, a data de inauguração já passou de 2012 para 2014, depois para 2015 e agora o proprietário Mafuci Kadri afirma que só em 2016. Ele alega que a obra é feita com recursos próprios, mas que já está em fase de acabamento.
Ainda tem a fábrica de tablets do grupo educacional Uninter, que anunciou o investimento em 2012, mas começou as obras em março de 2014, com previsão de ficar pronta em oito meses. A intenção é gerar 450 empregos diretos, após receber R$ 150 milhões em investimento. A empresa garante que as obras estão em andamento, mas não confirma a data de inauguração.
Órgãos público - Prefeitura e governo do Estado também integram a lista de obras idealizadas, mas que não saíram do papel. Construir uma sede para a Governadoria e um complexo de todas as secretarias da prefeitura de Campo Grande, estão entre os sonhos projetados pelos governantes.
Durante os oito anos (1999 a 2006) que governou Mato Grosso do Sul, o atual deputado federal Zeca (PT) planejou a construção de uma sede para a governadoria, com espaço para receber o governador, sua equipe direta e convidados. Porém, o tempo passou e o projeto foi descontinuado. Zeca afirma que houve desinteresse dos demais funcionários e pressão política, o que inviabilizaram a obra.
Ele ainda lembra que quando o Parque dos Poderes foi planejado, o projeto original previa a construção da sede do governo. "Uma sede moderna, ao nível do que se imaginava para um estado que nascia com todo o potencial. E não sei se por questão de tempo ou desinteresse, ou por medo de pressão politica, não se levou adiante".
Quando assumiu o governo, Zeca conta que tentou retomar o projeto. "Eu abri uma discussão, mandei levantar custos, para em 8 anos construir, mas senti por parte dos setores mais conservadores uma enorme resistência. Diziam que eu queria construir um castelo", lembra.
Já o projeto da prefeitura é mais recente. Em meados de 2010, o então prefeito Nelsinho Trad (PMDB) projetou o novo Paço Municipal. Para coloca-lo em pratica, até fez contato com uma empresa alemã que iria construir a obra em uma área do Parque dos Poderes. Registros mostram que a área de 168 mil metros quadrados chegou a ser doada para e empresa, porém com a mudança de prefeito em 2013, não se falou mais no projeto.