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Araras, tucanos, corujas ...

Por Heitor Freire (*) | 20/01/2015 09:21

Estamos vivendo tempos conturbados com manifestações agressivas, com a difusão do ódio racial e religioso com intolerância extrema, gerando confrontos e causando mortes, dores, sofrimentos e em consequência, o pior, afastando-nos do relacionamento divino com a nossa fonte, nosso Deus.

É indispensável para cada um a ligação permanente com o nosso Pai, e essa ligação se faz pelo amor, pela alegria, pelo respeito, pelo coração. Muitos são os caminhos que nos levam até Ele. Cada um escolhe o seu, que não é melhor nem pior do que o outro.

Quando há o afastamento Dele, se distorcem conceitos, se invertem entendimentos, cada qual querendo interpretar os acontecimentos de acordo com seus interesses. É o que vemos, por exemplo, com a liberdade de expressão, que é o direito de manifestar livremente opiniões e ideias, mas quando essa liberdade passa a atingir a honra e a dignidade de uma religião, a afrontar o direito alheio com discursos preconceituosos contra minorias étnicas, religiosas e culturais, ela extrapola seus limites, ocasionando situações dramáticas e dolorosas como as que se deram em Paris.

A natureza nos oferece constantemente avisos, notícias e informações que visam manter-nos conectados a Deus. Recebemos a beleza e o perfume das flores, o fluir das águas, a energia do verde e a algaravia alegre das aves, maritacas, sabiás, bem-te-vis, araras etc.

Aqui em Campo Grande, nossa cidade maravilhosa, somos brindados diariamente, com uma sinfonia de trinados de aves das mais diferentes espécies, alegrando nossos dias, desde o amanhecer.

Entre essas espécies estão as araras, com suas cores brilhantes e bem definidas, com seu voo coordenado, e com sua linguagem própria, que tem como características a beleza, a inteligência e a fidelidade. Com o crescente desmatamento de nossas áreas rurais, fomos beneficiados com a migração das araras para a nossa cidade.

O macho e a fêmea são idênticos e formam casais fiéis por toda a vida. Costumam se reproduzir em buracos de árvores. Podem viver até 50 anos.

Outra espécie que migrou para a cidade são os tucanos. Em nossa casa temos um pé de mamão que é muito fértil, porque divide o mesmo espaço com uma espécie de mamão macho que poliniza constantemente a espécie fêmea. Era comum apreciarmos um tucano se alimentando com os mamões.

Em cativeiro, os tucanos se recusam a comer, pois perdem o ânimo e a vontade de viver, ficando extremamente infelizes. São monogâmicos (vivem e se reproduzem em casal isolado). A fêmea e o macho trabalham no ninho, que é construído em ocos de árvores. Durante o período de procriação, a fêmea é alimentada pelo macho.

Durante algum tempo, tivemos também um casal de corujas que se abrigaram no telhado da nossa área de serviço e ali nos olhavam com aquele mirar inquisidor e investigativo que é próprio delas. É considerado um animal sagrado, símbolo da deusa Athena, padroeira da cidade de Atenas, deusa da sabedoria.

Daí a sua simbologia como emblema do conhecimento.
Coruja é a ave soberana da noite. Para muitos povos, a coruja significa mistério, inteligência, sabedoria e conhecimento. Ela tem a capacidade de enxergar através da escuridão, conseguindo ver o que os outros não vêem. Simboliza a reflexão, o conhecimento racional e intuitivo.

Voltando ao assunto dos lamentáveis acontecimentos na França, não podemos nos esquecer que somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai. Nada acontece por acaso, tudo tem um propósito. Assim, cabe a cada um de nós procurar avaliar isso e buscar em nossos corações o entendimento para contribuir para a fraternidade universal. Vamos nos mirar na simbologia das araras, tucanos e corujas.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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