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As lições a serem aprendidas com o lago do Parque das Nações Indígenas

Cel. PM Angelo Rabelo | 13/10/2019 19:16

“Nesta terra molhada”, após 5 meses com inúmeras iniciativas, do governo e sociedade, o lago artificial do Parque das Nações está voltando a produzir um pequeno espetáculo da natureza com sua beleza para a comunidade que visita o local. Um pequeno, mas significativo, grupo da sociedade se mobilizou para alcançar os resultados, afinal, “neste lago de lama, o homem se inflama”. Em função da falta de prevenção e gestão, foram gastos cerca de R$ 8 milhões e quase 20 mil viagens de caminhão para levar a areia para outro lugar. Alto impacto!

No aspecto urbano, uma capital privilegiada pela riqueza de áreas verdes, sendo destaque nacional no quesito, deveria ter uma política mais agressiva e melhor dotada de recursos financeiros para proteger implementar novas áreas verdes. A pauta e orçamento para asfalto segue impermeabilizando ainda mais nosso solo, soterrando outros córregos, e a cidade que tem sede buscará água cada vez mais longe ou cada vez mais profunda no Guarani. Quem sabe, a Câmara Municipal poderia promover um grande seminário pensando na “Capital do Futuro - 2050”. Ou, de imediato, mobilizar-nos para “Tombar o Parque dos Poderes” como um patrimônio natural, evitando que continue sendo dilapidado.

O governo poderia entregar o Parque das Nações aos “Amigos do Parque”, um grupo oriundo dos moradores das inúmeras torres que circundam e sombreiam o local, para cuidarem de forma dedicada, impedindo que, no futuro, as paisagens admiradas das milhares de janelas seja desconfigurada. O legado de arquitetos urbanistas competentes, a exemplo dos saudosos Gil de Camilo e Jose Marcos, não deve morrer.

No aspecto ambiental, gostaria que o “despertar para causas ambientais” do grupo mobilizado e competente, inspirado nas músicas do Grupo Acaba, siga unido e adote um novo córrego ou rio, inspirando mais pessoas, cidades. Na cidade, temos tantos recursos hídricos que precisam de ajuda, a exemplo do Anhanduí, Prosa e do córrego Bálsamo.

“Na geografia dos rios”, existem outras oportunidades naturais, a exemplo dos Rios Aquidauana, Miranda, Prata e Formoso. Rios que fazem parte das nossas “lendas e tradições”, orgulho e que, dia a dia, sucumbem a um volume de sedimentos, esgotos, lixo. Em alguns, “não se mergulha nunca mais no mesmo rio”. Como se não tivéssemos responsabilidade com o futuro. O Rio Taquari, soterrado e seco em alguns trechos, nos imputa responsabilidade e alerta sobre ”que futuro nós queremos”.

Para que o lago e outros rios não voltem a ficar assoreados, precisamos mais do que obras, mas de atitudes, mobilização, de dedicação as causas coletivas. Precisamos quem sabe de “tacapé, cocar”. Não tenho dúvidas em afirmar: “Pantaneiro, chegou a hora de você cantar, chegou a hora de você gritar”, afinal, nada vive muito tempo, Só a terra e as montanhas.

* É ambientalista

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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