Um jogo de xadrez
13 de maio de 1988...começa o jogo. É um jogo de xadrez.
Mas que por mão mágica é movida. No entanto:os brancos saem na frente
…
Invejo a lucidez desse jogo porque mesmo não tendo toda a
decisão tenho a capacidade de influenciá-lo. E depois mais cedo ou
mais tarde tenho de aprender a respeitar a ordem natural das coisas e
mudar as peças para que joguem ao meu favor.
Mas acredito que na vida, apesar de tudo, a verdade e a
justiça sempre acabam por triunfar e sem pestanejar prossigo o ato, o
jogo continua...as peças pretas saem loucos para atingir a última
linha. sabe-se apenas que se regras forem violadas há o risco do peão
não chegar . Chega a hora de reunir o necessário e esquecer o
acessório conduzindo o destino de cada peça. Começo a perceber uma
regra de continuidade e de respostas em cada jogada. É o nosso
cotidiano.
Aprender a mover as peças é entender que dois exércitos
se enfrentam. São peças pretas contra as peças brancas e peças
brancas contra peças pretas e cada jogador tem 16 delas. Essa é a
nossa única diferença:não sabemos quanto tempo temos,quantos dias
teremos e não sabemos se obteremos chance de consertar o mal que
fizemos ou identificar qual foi a nossa “jogada errada” . Mas o
objetivo é o mesmo : fazer com que ao final o rei adversário fique sem
saída e abdique...é o xeque-mate.
Na vida real cada decisão nossa é um xeque-mate. Mas
algumas regras são importantes saber ! Por exemplo:uma pedra preta
será sempre uma pedra preta mas isso não interfere no jogo pois não
são somente as brancas que ganham. Um outro exemplo é o movimento do
cavalo: muitas vezes devemos desviar de algo para atingir nosso objetivo
e depois um terceiro exemplo: um peão que vira dama mesmo com toda a
movimentação diferenciada pode “morrer” nas mãos de uma outra
peça, mesmo que seja um imoderado e simples peão.
É assim é a nossa vida, tal qual um jogo de xadrez, nossas
idas e vindas, nossos problemas atribuladores a enfrentar. O jogo não
acaba sem angústia e sem perdas para ambos os lados. Cada ato nosso é
mais uma jogada, a favor claro do brilhantismo do jogo; a favor do
realce de matizes da vida, limites traçados para o amor em preto e
branco. 13 de maio de 2012; fim do jogo? Talvez? Entretanto um grande
fato nunca devemos esquecer ... o movimento de uma pedra interfere no
movimento das outras. E sem dúvida nenhuma o mais importante é a
surpresa do "Gran Finale" que particularmente me encanta: pedras brancas
e pedras pretas;a toda poderosa rainha, a esnobe torre,o filantropo
Bispo ou o humilde peão, sem outra alternativa, voltam para a mesma
caixinha!
(*)Rosildo Barcellos é articulista e Professor Da UCDC
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