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Cidades

Apesar de mais mortes, pessoas pardas foram menos vacinadas em MS

Dados do governo federal evidenciam disparidade nas estatísticas de quem foi mais vacinado até agora

Guilherme Correia | 16/04/2021 14:50
Doses de vacina contra a covid-19 da marca Coronavac (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Doses de vacina contra a covid-19 da marca Coronavac (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Pessoas pardas são as que mais morrem pela pandemia da covid-19 em Mato Grosso do Sul, mas não são as mais vacinadas até o momento. A cada pardo morto em decorrência do coronavírus, há 38 que foram vacinados. Comparando com quem se declara branco, são 90 vacinados a cada óbito - quase o triplo.

Para esse levantamento, a reportagem se baseou em dados abertos do Ministério da Saúde e da SES (Secretaria Estadual de Saúde), que consideram cinco declarações de "cor/raça", definidas por autodeclaração.

Com base nesses números, pardos são 2.164 dos registros de vítimas enquanto brancos são 2.138. Apesar disso, conforme dados de março do governo federal, há pouco mais de 193,5 mil brancos que já receberam ao menos uma dose de vacina, enquanto foram 82,5 mil pardos.

É importante ressaltar que, conforme último registro do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), havia mais brancos que pardos no Estado - eram quase 1,2 milhão de brancos e pouco mais de 1 milhão de pardos.

Em agosto do ano passado, quando havia menos de mil vítimas, o Campo Grande News já havia noticiado a maior letalidade da doença em pardos, pretos e indígenas. Outro fator já verificado em reportagem era a proporção de testes - brancos eram os que mais faziam exames para detecção do vírus.

À época, pesquisadores ressaltaram subnotificação da covid-19 e menor acesso a serviços de saúde em grupos historicamente subjugados e que são definidos como minorias raciais.

Prioridade - Vale lembrar que o PNI (Plano Nacional de Imunização) define quais grupos têm de ser vacinados pelos estados e municípios brasileiros. Por meio de nota, a SES já havia elucidado que o quantitativo destinado a cada público-alvo é definido por critérios do governo federal.

Por enquanto, são priorizadas pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, pessoas com deficiência Institucionalizadas, população indígena que vive em TI's (Terras Indígenas) homologadas e não homologadas, trabalhadores de saúde, idosos acima de 60 anos, quilombolas, pessoas com comorbidades, pessoas privadas de liberdade, moradores em situação de rua e profissionais de forças de segurança pública.

Seguindo a mesma lógica, entre os autodeclarados amarelos, há 555 vacinados a cada óbito. Entre indígenas, são 321 vacinados para cada vítima; e entre os autodeclarados pretos são 91 aplicações a cada morte. Além disso, há 37,5 mil aplicações de vacina sem registro de cor/raça e 469 óbitos na mesma situação.

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