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Cidades

Após 4 meses de vacinação, mortes de profissionais da enfermagem caem em MS

Redução pode ser justificada pela imunização; apesar disso, dados apresentam muita subnotificação

Guilherme Correia | 04/05/2021 09:47
Em janeiro, vacinação de profissional de enfermagem na Capital deu início a campanha de imunização em Mato Grosso do Sul (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Em janeiro, vacinação de profissional de enfermagem na Capital deu início a campanha de imunização em Mato Grosso do Sul (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

O número de mortes de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem por covid-19 teve redução em Mato Grosso do Sul neste ano após início da campanha de vacinação, que incluiu a categoria no grupo prioritário para receber o imunizante.

Segundo dados do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), o mês que mais registrou óbitos entre esses profissionais foi setembro do ano passado, com sete vítimas. Em seguida, com disseminação da variante P1 no começo de 2021, janeiro foi o segundo período mais letal, com quatro registros. Desde então, o único mês a registrar mortes oficialmente foi março, com duas vítimas.

Vale ressaltar que esse tipo de notificação é voluntária, o que pode indicar um cenário muito grande de subnotificação. O Coren (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), por exemplo, fala em 21 óbitos ao invés de 19, conforme divulgado pelo órgão federal - mas a estimativa é que possam existir muito mais registros.

Conforme o governo estadual, 87,7 mil profissionais de saúde, não apenas os da enfermagem, receberam ao menos uma dose de vacina, enquanto 53 mil desses foram imunizados com as duas aplicações. Ainda segundo o Coren, Mato Grosso do Sul tem 26,6 mil profissionais da área da enfermagem.

Levantamentos feitos pelo Campo Grande News indicaram redução nas mortes por covid-19 entre indígenas e idosos acima de 80 anos, grupos pertencentes à primeira fase do PNI (Plano Nacional de Imunização), que determina prioridade na ordem da vacinação. Conforme apurado junto a especialistas, a influência das vacinas nessa pequena redução de mortes ainda tem de ser comprovada cientificamente, mas já indica alguns benefícios da campanha.

Apesar disso, essas baixas seguem caminho inverso das mortes registradas na população em geral, que seguiram em alta no mesmo período e transformaram abril de 2021 no mês mais letal da pandemia.

Em fala divulgada no jornal Folha de S. Paulo, o Cofen credita a queda nos óbitos a diversos fatores, sendo o principal deles a imunização. “Ainda assim, as equipes continuam sobrecarregadas. Em especial com o advento da segunda onda, que foi mais agressiva”, disse Walkirio Costa Almeida, que integra o comitê de crise da entidade.

Ele também citou maior disponibilidade de equipamentos de proteção e o maior conhecimento dos protocolos para o combate ao vírus como fatores que podem explicar a redução dos óbitos.

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