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Cidades

Prioridade em vacinação, mortes de indígenas por covid caem 66% em MS

Pacientes com outras declarações de "cor/raça", contudo, continuam em alta de mortes

Guilherme Correia | 19/04/2021 13:50
De forma simbólica, primeira vacinada em MS foi mulher indígena, de 99 anos (Foto: Silas Lima/Arquivo)
De forma simbólica, primeira vacinada em MS foi mulher indígena, de 99 anos (Foto: Silas Lima/Arquivo)

Mortes de indígenas por covid-19 têm caído ao longo dos últimos meses em Mato Grosso do Sul, enquanto os registros - separados pelas demais declarações de cor/raça - de outras etnias continuam crescendo, já que o Estado vive pior momento da pandemia.

Foram 38 mortes nesse grupo em agosto de 2020, maior número registrado em um mês, e em janeiro deste ano foram registrados nove óbitos. Enquanto isso, março teve apenas três vítimas - uma redução de 66% se comparado com o primeiro mês de 2021.

O mês passado, no geral, foi o que registrou mais óbitos pelo coronavírus, até o momento. Isso pode ser visto entre as mortes de pacientes brancos, pardos, pretos e os cuja informação encontra-se "ignorada" pelos dados do governo estadual. Houve recorde entre pessoas brancas (532 óbitos), ignorados (152), pardas (486) e pretas (47).

Entre amarelos, o ápice foi em dezembro, com 12 óbitos nesse grupo. Apesar disso, março deste ano e julho do ano passado empatam como segundo mês mais letal.

Vacinação - Criado pelo governo federal, por meio do Ministério da Saúde, o PNI (Plano Nacional de Imunização) preconiza que indígenas, historicamente subjugados e estatisticamente mais afetados pela doença, sejam vacinados pelos estados e municípios brasileiros.

Dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde) falam em 46 mil indígenas a serem vacinados, por ora, sendo que desses, 37 mil receberam ao menos uma dose e 27 mil receberam as duas. Ou seja, pouco mais que a metade do grupo inicial já foi imunizado.

A imunologista Inês Tozetti comenta que ainda é cedo para afirmar com precisão a correlação entre o início da vacinação e a queda de mortes, mas que há, de fato, "visível redução [de óbitos] entre os indígenas". "Esse é o benefício que se espera ao estender a vacinação para todas as populações no estado, e há importância da segunda dose", diz.

Durante transmissão na manhã desta segunda-feira (19), o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, comentou que ainda assim parte da população indígena ainda não se vacinou. "Mesmo aqueles que tomaram a primeira dose, há uma parcela significativa que não procurou unidades de saúde para tomar a segunda dose e ficarem imunizados".

Segundo boletim epidemiológico divulgado hoje, Mato Grosso do Sul acumula 237,7 mil casos e 5.224 óbitos em decorrência do coronavírus, desde o início da pandemia.

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