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Interior

Pastor, vice-prefeito participa de festa/culto em aldeia na pandemia

Sem máscara, participantes infringem lei municipal, além de descumprirem protocolo do Ministério da Saúde

Tainá Jara | 17/04/2021 17:28
Festa de aniversário foi realizada juntamente com culto (Foto: Divulgação/Facebook)
Festa de aniversário foi realizada juntamente com culto (Foto: Divulgação/Facebook)

O vice-prefeito do município de Antônio João, distante 279 quilômetros de Campo Grande, está sendo duramente criticado nas redes sociais por participar de culto com aglomeração na aldeia Ñande Ru Marangatu, neste sábado.

A celebração, acompanhada de festa de aniversário com comida e refrigerante, foi realizada sem qualquer protocolo de biossegurança, infringido lei municipal que obriga o uso de máscara, além de descumprir protocolo do Ministério da Saúde para entrada em terras indígenas, durante a pandemia.

Pastor, o político não se intimidou e postou fotos em seu perfil pessoal no Facebook. Questionado nos comentários sobre estar realizando aglomeração em meio ao pior momento da pandemia no Estado, Eliseu respondeu o seguinte:

Postagem feita pelo vice-prefeito nas redes sociais (Imagem: reprodução)
Postagem feita pelo vice-prefeito nas redes sociais (Imagem: reprodução)

“Eu não sei por que o pessoal está tão preocupado comigo se eu fui apenas um convidado desse culto com o aniversário e não organizador. Ah, já entendi é porque eu sou o vice”, ironizou.

Na própria página oficial da Prefeitura de Antônio João, foram publicadas, neste sábado, orientações para manter o município “seguro e de portas abertas”. A postagem lembra o uso obrigatórios de máscara em repartições públicas, comércio em geral e igrejas, a higienização das mãos com frequência e evitar aglomerações.

A Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) recomenda a aplicação de protocolo destinado aos trabalhadores de saúde indígena que atuam no âmbito Dsei (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), por outras instituições, em caso de ingresso em terras e territórios indígenas, enquanto perdurar a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional pela Doença Coronavírus.

À reportagem do Campo Grande News, Eliseu afirmou que participou como convidado, por se tratar de um povo que convive e tem amizade muito antes de ser político e “são irmãos em Cristo Jesus”.

O político lembrou que decreto de cultos e reuniões religiosas estão incluídas como atividades essenciais. Festas com inúmeros convidados, no entanto, não estão permitidas.

“As fotos eu tirei e publiquei em minha linha do tempo e na hora do bolo e da comida é difícil capturar a imagem de qualquer que seja usando máscara”.

Pastor com crianças e adolescentes indígenas (Foto: Divulgação)
Pastor com crianças e adolescentes indígenas (Foto: Divulgação)

Vacinação - Os indígenas são considerados grupo prioritário na vacinação contra a covid-19. Entre aldeados e não aldeados, são mais de 46,1 mil pessoas para ser vacinadas. Conforme o vacinômetro, 89,95% recebeu ao menos a primeira dose do imunizante, o que não impede infecções e possibilidade transmissão do vírus, apenas abranda os sintomas.

O Distrito Sanitário Indígena do Estado foi o mais registrou mortes durante a pandemia. Foram 87 índios mortos e 4.345 contaminados.

Antônio João está na bandeira vermelha (grau alto) do Prosseguir, sistema do governado Estadual criado para medir o potencial de contaminação pelo coronavírus nos municípios.

Conforme o boletim epidemiológico divulgados neste sábado, pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), o Estado registra 236.087 casos confirmados de covid-19, sendo 5.156. O município onde ocorreu a aglomeração teve 264 registros da doença e cinco mortes.


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