Após anúncio de Lula, governo de MS já articula estratégia de ação na fronteira
Lula anunciou reforço na segurança da faixa de fronteira seca, extensão de 600 km
O titular da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), Antônio Carlos Videira, diz que já está em contato com o CMO (Comando Militar do Oeste) para colocar em prática o que foi anunciado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): o reforço na fiscalização da faixa de fronteira com apoio do Exército.
Videira disse ao Campo Grande News que, na próxima semana, haverá reunião conjunta para traçar as estratégias de combate ao crime organizado. Mato Grosso do Sul é conhecido como o caminho do narcotráfico e contrabando, por conta da proximidade da fronteira do país com Paraguai e Bolívia.
“Vamos congregar com as operações que já acontecem, como a Ágata em Dourados, a Horus que é do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que é permanente e também com a Operação Impacto", disse, referindo-se ao projeto SULMaSSP- Divisas Integradas II, que atua no combate ao crime nas divisas, em parceria com Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
O secretário afirmou também que as ações integradas com o Exército não ficarão somente nas fronteiras. Lembrou que MS também auxilia no combate ao crime, como o reforço enviado ao Rio de Janeiro.
“Temos 30 homens de MS que foram disponibilizados para a Força Nacional, ficarão lá o tempo que for necessário, podendo haver substituição”, disse o secretário.
Conforme já noticiado pelo Campo Grande News, além de intensificar a presença das Forças Armadas nas faixas de fronteiras de Mato Grosso do Sul, Paraná e Mato Grosso, o presidente Lula assinou decreto de Garantia da Lei da Ordem em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo.
Para o deputado estadual e coronel da Polícia Militar, Carlos Alberto David, conhecido como coronel David (PL), a medida vai desafogar as forças policiais do Estado que acabam se desdobrando para impedir a entrada de drogas e armas no país.
“A responsabilidade pela nossa fronteira passa por uma ação efetiva da União. Há muito MS, com suas forças policiais, é que acaba tendo que se desdobrar para garantir a segurança e impedir a entrada de drogas e armas no nosso país.”
Questionado sobre as ações do governo federal, o parlamentar que tem a segurança pública como bandeira em seu mandato disse que vai aguardar os resultados, mas questionou a falta de participação dos estados nas tratativas das ações.
“Entendo que esse trabalho exige integração de esforços entre Estado e União e que como o Estado não foi chamado pra definição das ações, já começou errado”, avaliou o deputado.
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