Após pagar R$ 118 mil, Estado cassa aposentadoria de "Escobar brasileiro"
Benefício havia voltado a ser pago ao ex-major Sérgio Roberto de Carvalho em 2023; ele está preso na Hungria
A Ageprev (Agência de Previdência Social de Mato Grosso do Sul) cassou a aposentadoria do ex-major Sérgio Roberto de Carvalho, em consequência de decisão judicial de processo de crime de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Carvalho, considerado o “Escobar brasileiro”, recebeu R$ 118,671 mil durante o ano de 2023.
A portaria foi publicada hoje no Diário Oficial do Estado, assinada pelo diretor-presidente da Ageprev, Jorge Oliveira Martins, em concordância com decisão judicial que consta no processo por tráfico de drogas.
Anteriormente, Carvalho havia recebido aposentadoria até 2020, quando foram pagos R$ 113,179 mil de janeiro a dezembro, contando com o 13º. A essa altura, o ex-major estava foragido e havia dúvidas se ainda estaria vivo.
Na dúvida, o governo de Mato Grosso do Sul suspendeu o pagamento da aposentadoria de R$ 11 mil até que Carvalho fizesse prova de vida. Por conta das decisões judiciais relacionadas ao processo, teve o benefício interrompido nos anos de 2021 e 2022.
Porém, em julho de 2023, recorreu à Justiça e teve os recursos desbloqueados, sendo pagos os retroativos. Este ano, recebeu, até agora, R$ 118,671 mil em aposentadoria.
Preso na Hungria em junho de 2022 com documentos falsos, o ex-major, que ficou conhecido como o “Escobar Brasileiro”, era disputado também pelo Brasil e Estados Unidos, onde responde por relacionados ao narcotráfico. Um ano depois foi transferido para presídio na Bélgica.
Prisão - Em novembro de 2020, o ex-policial fugiu do cerco da PF (Polícia Federal) na operação Enterprise e chamou a atenção por ter até uma versão “morto-vivo”. De filho de donos de lanchonete em Campo Grande a apontado como líder de organização criminosa capaz de exportar 45 toneladas de cocaína (equivalente a R$ 2,2 bilhões), Carvalho é comparado ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar.
Para fugir da polícia, Carvalho criou até uma segunda identidade na Europa – batizada de Paul Wouter. Depois da investigação, a defesa de Wouter apresentou certidão de óbito por covid-19, sendo o corpo cremado, portanto sem condições de análise de DNA dos restos mortais para confirmar a identidade.
Nesta fase, o governo de MS suspendeu o pagamento da aposentadoria. Depois da prisão e a descoberta que Wouter era Carvalho e com processo em tramitação, o pagamento da aposentadoria foi retomado, após recurso da defesa do ex-major.
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