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Cidades

Associação de Dourados cobra R$ 200 milhões da União por má gestão da pandemia

Dinheiro seria revertido para famílias das vítimas da doença, às crianças órfãs e aos profissionais de saúde

Lucia Morel, com agências | 05/02/2022 17:57
Movimento em 2020 colocou cruzes em frente à prefeitura de Dourados para alertar sobre as mortes por covid-19. (Foto: Arquivo)
Movimento em 2020 colocou cruzes em frente à prefeitura de Dourados para alertar sobre as mortes por covid-19. (Foto: Arquivo)

A Abravico (Associação Brasileira das Vítimas da Covid-19), sediada em Dourados, a 251 Km de Campo Grande, acionou a Justiça Federal pleiteando indenização por dano moral coletivo do Governo Federal diante da má gestão frente à pandemia do novo coronavírus. O pedido é de R$ 200 milhões.

O dinheiro, conforme a petição, seria revertido para as famílias das vítimas da doença, às crianças órfãs e aos profissionais de saúde incapacitados para o trabalho, além da criação de um fundo para fomentar medidas e pesquisas.

A ação foi impetrada na 1ª Vara Federal de Dourados e tem como réu a União Federal através da AGU (Advocacia Geral da União).

No documento, os advogados afirmam que, apesar de entes públicos adotarem medidas restritivas, elas "não surtiram os efeitos esperados, principalmente pelo negacionismo e a omissão experimentada pelo Governo Federal e o Presidente da República Jair Messias Bolsonaro."

A associação argumenta ainda que o governo federal, na contramão das recomendações e protocolos adotados em quase todo o mundo, passou a desenvolver narrativas que "contrariaram os discursos hegemônicos sobre a necessidade do isolamento social".

Sobre isso, cita a propaganda institucional "O Brasil não pode parar", que defendia a flexibilização, sendo um verdadeiro “convite para manter o processo de crescimento econômico às custas das possíveis mortes provocadas pelo novo coronavírus.”

A petição lembra ainda que autoridades brasileiras, incluindo o presidente da República, preconizaram o chamado tratamento precoce, com uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra covid-19 e o atraso na aquisição das vacinas contra a doença, o que poderia ter evitado uma série de mortes pela doença.

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