"Assunto encerrado": vereador alega inocência e nega comentar corrupção
Claudinho Serra quebrou silêncio e disse que “fatos investigados são antigos” e não têm relação com o mandato
Após 23 dias preso sob a acusação de liderar esquema milionário de corrupção em Sidrolândia, o vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra, o "Claudinho Serra" (PSDB), quebrou o silêncio e se manifestou por meio de nota, enviada ao Campo Grande News pelo advogado criminalista que o representa, Tiago Bunning. O parlamentar, contudo, nega-se a comentar a denúncia oferecida contra ele.
Claudinho afirma que só dará sua versão nos autos da ação penal. Ou seja, não falará sobre o assunto publicamente. “Esclareço que irei me pronunciar sobre os fatos que estou sendo acusado apenas dentro do processo, através dos meus advogados. Publicamente, para mim, este assunto está encerrado”.
O vereador classificou os dias passados em cela do Centro de Triagem Anísio Lima, no Complexo Penal do Jardim Noroeste, em Campo Grande, como “de grande turbulência”. “Afetou negativamente minha vida pessoal, familiar e principalmente meu aspecto emocional”, completou.
A frase é usada para introduzir explicação sobre o motivo de Claudinho ter pedido afastamento por um mês do mandato. “Entendi ser importante seguir as recomendações médicas e pedir licença das atividades parlamentares para tratamento da minha saúde”.
Por fim, ele diz que “os fatos investigados são antigos” e que “não possuem relação com o mandato de vereador”, exercido desde maio de 2023.
Estourando de faltas – A três faltas de perder a cadeira na Câmara de Campo Grande, nesta terça-feira (30), Claudinho apresentou atestado médico por estar "psicologicamente abalado".
À Câmara, o vereador contou que “viu” um homem morrer no presídio, o que o deixou transtornado, por isso a necessidade de tratamento. O preso em questão é PM reformado que assassinou um empresário dentro do Procon. José Roberto de Souza, 54 anos, também estava no Centro de Triagem Anísio Lima e passou mal na cela, mas morreu no hospital, por problemas cardíacos no dia 19 de abril.
Acusações – Claudinho foi preso no dia 3 de abril, alvo da 3ª fase da Operação Tromper, que desvendou esquema de corrupção por meio de fraude em licitações para a obtenção de contratados milionários com a Prefeitura de Sidrolândia. O tucano, antes de ser vereador na Capital, foi secretário de Fazenda no município do interior governado pela sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP).
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou 22 pessoas por envolvimento no esquema fraudulento. A acusação alega que o grupo tinha “atuação predatória e ilegal”, agindo com “gana e voracidade”.
Na lista de investigados estão os três considerados chefes do esquema: Claudinho Serra, o empresário Ricardo José Rocamora Alves e Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”.
Na denúncia ofertada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e 3ª promotoria de Sidrolândia, Claudinho Serra foi denunciado por associação criminosa, fraudes em contrato e em licitação pública, peculato e corrupção passiva; Rocamora por fraude em licitação e corrupção ativa, assim como “Frescura”, também acusado de peculato.
Veja a nota à imprensa na íntegra:
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