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Cidades

Boletim registra 100% das UTIs lotadas em Campo Grande

Mortes param de cair e casos se aproximam de maior alta da pandemia; confirmou-se mais de 1,8 mil infectados

Guilherme Correia | 19/05/2021 10:28
O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, durante coletiva nesta manhã (Foto: Reprodução)
O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, durante coletiva nesta manhã (Foto: Reprodução)

Mato Grosso do Sul confirma mais 1,8 mil infectados e 30 mortos por covid, registrados nas últimas 24 horas. A quantidade de casos divulgados em boletim epidemiológico publicado nesta quarta-feira (19) é a maior desde 16 de dezembro e o documento também indica que a macrorregião de saúde de Campo Grande tem 100% dos leitos públicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados por pacientes com ou sem coronavírus.

De acordo com a divulgação feita pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), caso haja excedente de capacidade, uma das possíveis justificativas é o uso de unidades hospitalares que ainda não foram habilitados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) mas que são "mantidos pelas secretarias municipais e estadual de saúde".

"Não temos leitos de UTI hoje na Capital. Assim como não temos leitos de UTI em Corumbá", comentou o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. As demais regiões, de Dourados e Três Lagoas, também têm índice crítico e beiram a falta de leitos.

A doença não passou. Tem gente que acha que voltou a vida normal e isso é arriscado. Por isso que temos recrudescimento da doença, fruto também das aglomerações causadas no Dia das Mães", diz Resende.

Na semana passada, foi divulgado que a macrorregião de saúde de Campo Grande apresentou 117% de ocupação desse tipo de leito. No dia seguinte, foi divulgado pela pasta estadual que alguns dados apresentavam erros técnicos, indicando maior quantia de pacientes do que o real.

Vale lembrar que, ainda que a macrorregião de Campo Grande englobe outros 30 municípios sul-mato-grossenses, ela é responsável pelo atendimento e encaminhamento, em sua maior parte, de pacientes da própria Capital.

Outro fator preocupante é a quantidade de pessoas esperando abertura de leitos - a "fila", há cinco dias consecutivos, tem sido superior a 80 pacientes. Questionada na semana passada sobre essa situação, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) disse que ainda estava considerada "controlada", principalmente em relação aos piores índices que já foram registrados na cidade, no mês de março.

"O número de pacientes aguardando transferência hospitalar é flutuante e diversos fatores devem ser considerados para justificar tais oscilações, como o aumento ou redução no número de traumas, emergências clínicas, entre outros agravos. Como mencionado em outras oportunidades, esse fluxo é perene. Portanto, sempre haverá pacientes aguardando o processo de regulação, independente de haver vagas ou  não disponíveis", dizia nota encaminhada pela pasta.

Boletim atualizado - No Estado, ainda que os óbitos tenham apresentado redução ao longo do último mês, o índice diário permanece em alta - são 29 mortes registradas por dia. As vítimas de hoje tinham entre 35 e 93 anos, sendo que quase metade (14) tinham menos de 60 anos. Conforme o boletim, mais de 269,5 mil pessoas tiveram covid em algum momento ao longo da pandemia, das quais 6.310 morreram.

Além disso, a alta de casos também indica um possível crescimento nas pessoas ficando doentes e ocupando leitos hospitalares - Mato Grosso do Sul, por exemplo, foi um dos seis estados brasileiros que registrou acréscimo nas internações em enfermarias. Ao todo, incluindo leitos clínicos ou de terapia intensiva, são mais de 1,1 mil hospitalizações por covid-19.

Desde o início deste ano, cerca de 24% da população total foi vacinada com ao menos uma dose de vacina, sendo que pouco mais de 10% tomou as duas doses - que são necessárias para garantir total imunização prevista.

Pacientes internados no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, considerado referência nesse tipo de atendimento (Foto: Arquivo)
Pacientes internados no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, considerado referência nesse tipo de atendimento (Foto: Arquivo)
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