Com 34 mil trabalhadores, construção civil aguarda desdobramentos de decreto
Sindicato diz que toque de recolher não afeta setor, mas outras medidas restritivas podem ter efeito cascata
O novo decreto com medidas de biossegurança, ainda a ser publicado pelo governo estadual, não deve afetar diretamente o setor da indústria e construção civil, mas o sindicato acompanha possíveis desdobramentos, caso as medidas possam se tornar mais restritivas.
A reportagem apurou que será instituído toque de recolher das 20h às 5h. Aos sábados, serviços não essenciais poderão funcionar das 5h às 16h, sendo proibido aos domingos.
Pelo Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), a construção civil integra a lista de 54 atividades consideradas essenciais pelo governo estadual e que podem funcionar em caso de medida mais restritiva de funcionamento.
O presidente do SindusCom-MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul), Amarildo Miranda Melo, disse que o toque de recolher não afeta o setor. Porém, diz que aguarda a publicação do decreto para averiguar se há alguma outra medida mais restritiva à atividade comercial e que, aí sim, pode ter efeito cascata no setor da construção civil.
“Ainda não vimos o decreto, mas não temos problemas com toque de recolher, só se tivesse fechamento de setores”, diz Melo. Ele explica que, em caso de suspensão do comércio varejista, o efeito cascata é ter desabastecimento dos produtos usados pela construção civil.
O presidente do sindicato diz que o setor está tomando medidas de biossegurança e, por isso, não há registro de casos em massa de trabalhadores da construção civil, segundo ele. “Há casos pontuais, mas o trabalhador é afastado”.
Pelo sindicato, há cerca de 250 empresas associadas, mas o mercado abrange aproximadamente 1,5 mil empresas. São 34 mil trabalhadores formais, fora os informais, de acordo com presidente da entidade.