Com aumento de casos em julho, MS amplia testagem molecular em presídios
Agência penitenciária e secretaria estadual divulgaram estratégia de aumentar testes por amostras do trato respiratório
A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e a SES (Secretaria Estadual de Saúde) divulgaram, nesta quarta-feira (22), mudança no protocolo de testagem dentro dos presídios de Mato Grosso do Sul. Com a escalada da covid-19, o governo quer, agora, ampliar a testagem por amostras biológicas do trato respiratório.
Segundo o último boletim divulgado na terça-feira (21) pela Agepen, são 116 contaminados nas unidades prisionais de todo o Estado, mas maioria dos casos da covid-19 é de internos do sistema, os presos. São 79 diagnósticos.
Segundo a nota divulgada pela Agência, não haverá troca dos testes rápidos, que identificam dois tipos de anticorpos associados ao novo coronavírus, mas sim ampliação das coletas de amostras do trato respiratório, incluindo entre o agentes penitenciários, que já são 28 entre os contaminados.
A Agepen diz seguir protocolo de “Contingência da Covid-19 no Sistema Prisional do Centro de Operações de Emergência (COEM-MS)”. “As medidas estão em consonância com o Plano de Contingência da Agepen, que prevê as ações de baixa complexidade relacionadas à atenção primária de saúde que atua no sistema prisional”, diz a nota.
O principal objetivo, conforme divulgou, é detectar o vírus no início, já que as análises do material genético presentes no trato respiratório são consideradas testes mais efetivos. O teste molecular é chamado de “padrão ouro”.
Rio Brilhante – A unidade penitenciária masculina da cidade localizada na região sul, a 163 km de Campo Grande, representa a maioria dos casos de covid entre os presos: 60 diagnósticos, conforme a Agepen. Isso representa 20% de contágio entre os presos do local.
Desde semana passada que o comitê estadual de enfrentamento à covid redefiniu estratégia e ampliou a testagem por amostra de biologia molecular nesse presídio, que abriga 288 homens.
Conforme levantou o Campo Grande News, os primeiros casos da doença do novo coronavírus entre os presos foram detectados oficialmente este mês, o que indica escalada rápida do vírus.
Só no presídio de Rio Brilhante foram, inicialmente, 21 pessoas contaminadas na semana passado e poucos dias depois o número de confirmados subiu para 60. Com isso, a unidade responde hoje pela maioria dos casos nos presídios do Estado.
A reportagem levantou que o crescimento rápido tem sido associado, na Agência, ao trânsito de presos, enviados de uma unidade para outra.
Segundo a assessoria de imprensa da Agência, o caso mais recente é de preso no Estabelecimento Penal de Aquidauana. Essa pessoa, segundo a Agência, foi contaminada enquanto estava internada para tratamento em hospital.
Segundo a nota divulgada nesta quarta-feira (22), a testagem por amostra biológica molecular tem "desenvolvimento do plano piloto no Instituto Penal de Campo Grande com o treinamento da equipe de saúde do presídio e das unidades do Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste”.