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Cidades

Com chegada das chuvas, assentamento sofre sem asfalto

Localizado próximo a Terenos, assentamento só pode ser acessado por estradas de terra

Por Mylena Fraiha e Ana Beatriz Rodrigues | 12/04/2024 16:41
Após a chuva, estrada de terra que dá acesso ao assentamento vira lama (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)
Após a chuva, estrada de terra que dá acesso ao assentamento vira lama (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)

Com a chegada das chuvas, o lamaçal também retorna no Assentamento Santa Mônica, localizado na região de Terenos, a 25 km da Capital, conforme relatam os moradores na manhã desta sexta-feira (12).

Para acessar o assentamento, composto por 714 famílias, é preciso trafegar por 10 km de estrada de terra batida. A estrada também dá acesso a outros assentamentos, como o Patagônia, Paraíso, Campo Verde, Guaicurus e Canaã.

A moradora e comerciante no Assentamento Santa Mônica, Odete Souza Porto, de 54 anos, comenta que o problema persiste, mesmo após a passagem de patrolas. "Isso aqui, quando chove, é um Deus nos acuda. Vira uma lama que só e passam muitos caminhões pesados por aqui. Às vezes, a Prefeitura manda patrolas para dar um jeito, mas só reviram a terra e fica daquele jeito".

Devido às estradas de terra, Odete relata que a comunidade sofre tanto em dias muito chuvosos quanto em períodos mais secos. "Quando chove, torcemos para que seja pouco, para não virar barro. Mas quando não chove, rezamos para que tenha chuva para abaixar a poeira. Só o asfalto resolveria esse problema".

Isaías comenta que a região já esteve pior, mas o barro após a chuva ainda é um problema (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)
Isaías comenta que a região já esteve pior, mas o barro após a chuva ainda é um problema (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)

Para o motorista e morador da região, Isaías Venâncio, de 45 anos, a região já esteve pior, mas o barro após a chuva ainda é um problema. “Hoje em dia, está melhor. Já foi muito pior. Hoje temos um acesso mais fácil no assentamento. Quando chove, vira barro, mas é porque é estrada de chão. Essa estrada que passa dentro do assentamento liga a MS-355. Acho que já deveria ter asfalto aqui para gente. Seria bem melhor”.

Entretanto, as reivindicações dos moradores em relação ao estado das estradas não são de agora. Em janeiro de 2023, o Campo Grande News noticiou que a estrada que liga o Assentamento Santa Mônica à Capital também estava com muitos buracos. Já em 2021, foi noticiado que uma ambulância atolou com pacientes em hemodiálise.

Trecho de estrada vicinal que liga Campo Grande ao assentamento Santa Mônica (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)
Trecho de estrada vicinal que liga Campo Grande ao assentamento Santa Mônica (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)

SaúdeNo que tange à saúde, mesmo com a reforma recente do ESF (Estratégia Saúde da Família) do Santa Mônica, entregue na última terça-feira (9), alguns moradores afirmam que a unidade carece de mais médicos especialistas.

A moradora Elisangela de Jesus Monteiro, de 39 anos, explica que a falta de psiquiatras é um dos problemas que a afetam diretamente. Ela relata que, quando precisa de um atendimento especializado, precisa ir a Terenos ou Campo Grande.

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“A parte mais difícil de viver em um assentamento é a saúde. Apesar de ter um posto recém-reformado e com boa infraestrutura, há uma deficiência. Não tem psiquiatra, que é o que preciso. E falta ginecologista para as mulheres e cardiologista, que é o mais necessário aqui”, relata Elisangela.

Odete também destaca as dificuldades na área da saúde. Apesar da reforma e reinauguração recente do posto de saúde no assentamento, ela lamenta a falta de médicos especialistas. "Dizem que tem especialidade lá, mas só vi o clínico geral", afirma.

Odete também destaca as dificuldades do assentamento na área da saúde (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)
Odete também destaca as dificuldades do assentamento na área da saúde (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)

Para contornar a situação, há quatro anos, a casa de Odete se tornou um espaço de apoio, onde ela recebe uma fisioterapeuta para atendimentos particulares às terças e sextas-feiras. A moradora do assentamento relata que, desde a pandemia de covid-19, muitos vizinhos idosos enfrentam dificuldades de saúde, especialmente com sequelas da doença.

"Muitos não conseguem mais trabalhar por conta do cansaço causado pela covid-19. Então trouxemos a fisioterapeuta para ajudar nessa recuperação", explica Odete.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Terenos para saber se há possibilidade de ampliar o número de médicos e se há planos para pavimentação na região. O espaço segue aberto para futuros posicionamentos.

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