De MS, taxista é condenado por abuso de crianças na Inglaterra
Genival Selvoni, de 44 anos, morador em Hereford, também instalou câmeras nas casas das vítimas e as observava remotamente

Um campo-grandense, que trabalhava como taxista na Inglaterra, foi condenado a 28 meses de prisão foi abusar sexualmente de duas crianças e pela prática de voyerismo. Genival Selvoni, de 44 anos, morador da cidade de Hereford, instalou câmeras na casa das vítimas e as observava remotamente. Ele confessou os crimes.
Além do tempo de prisão, a Justiça inglesa também determinou a inclusão do nome de Genival no registro de criminosos sexuais por 10 anos. O taxista já estava preso e por videoconferência, na segunda-feira (17), o juiz Nicolas Cartwright o comunicou da sentença.
Conforme registrou o jornal Your Herefordshire, o magistrado destacou que as câmeras de alta tecnologia mostram o nível de planejamento e organização por parte de Genival. Além de admitir espiar as vítimas, o acusado também se declarou culpado pelos abusos praticados contra as duas meninas.
No celular que pertencia ao campo-grandense, a polícia localizou mais de 2,5 mil fotos e vídeos baixados da internet, alguns mostrando crianças muito pequenas sendo abusadas sexualmente, também apurou o Your Herefordshire.
O estopim – A mãe de uma das vítimas conversou com o Campo Grande News. Ela relata que a menina de 12 anos sofreu os abusos na virada de 2019 para 2020. “Nossas famílias eram bem próximas. No ano passado, comemoramos a virada juntos. Em um momento, quando minha filha estava falando pelo FaceTime com uma amiguinha no quarto, ele aproveitou a oportunidade dizendo que ia ao banheiro, foi onde ela estava, começou a beijar o pescoço e alisar as costas dela”.
A mãe, também brasileira, narra que a menina não contou de imediato o ocorrido aos pais. “Tivemos outros encontros. Ele sempre que tinha alguma oportunidade, a elogiava de forma adulta”. A brasileira relata que quando a filha revelou o que havia ocorrido entrou em desespero.
“Perdi meu chão com a confirmação de uma suspeita que carregava há tempos. Perdi meu norte, mas no instante seguinte, me recompus, clareei minha mente e comecei a juntar fatos e provas para uma denúncia. Após alguns dias digerindo toda a mágoa, dor da traição e a raiva própria por ter trazido o demônio para dentro do meu seio familiar, eu e meu esposo tomamos coragem, juntamos os cacos e abrimos uma porta que jamais imaginaríamos encontrar tanta sujeira”.
O casal foi à polícia, que abriu inquérito contra o “amigo”. “As investigações começaram, descobriram que ele tinha colocado câmeras em uma casa de uma outra vítima, também criança. Instalou no quarto da criança, no banheiro e na sala de estar. A polícia veio em minha casa e viu que ele tinha começado a instalar as câmeras no quarto da minha filha e no meu banheiro também, mas isso foi descoberto antes de ele concluir a instalação”.
Quando as denúncias vieram à tona, mais uma vítima apareceu. “Uma menina que tinha sido tocada por ele”, relata a entrevistada.
As crianças estudavam juntas e por isso, os pais se aproximaram. A mãe que conversou com a reportagem diz que Genival mora há mais de 10 anos na Inglaterra. Ele tem cidadania italiana.
A família de outra vítima também é de Campo Grande. “Eram amigos há muitos anos. O pedófilo, o psicopata nunca demonstra ser quem realmente é, eles se colocam acima de quaisquer suspeitas, fingem ser ótimos pais, cuidadosos, respeitosos, prestativos, cristãos”, alerta a mãe.