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Cidades

Deixada em hospital, bebê luta pela vida há 103 dias

Mulher deixou filha de 1 ano em 20 de dezembro, prometendo voltar em dois dias, mas não retornou

Lucia Morel | 13/01/2022 07:39
Criança está internada na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Divulgação)
Criança está internada na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Divulgação)

Com apenas um ano e quatro meses, a pequena Isabel* trava uma batalha dupla para sobreviver. Internada no setor pediátrico da Santa Casa de Campo Grande desde outubro do ano passado por conta de pneumonia e cardiopatia congênita, em dezembro, a mãe dela, que é de nacionalidade boliviana, viajou para ver os demais filhos em Corumbá e não voltou mais.

Conforme negociado com a instituição, Helena*, a mãe, foi autorizada a viajar em 20 de dezembro, prometeu voltar dois dias depois, mas isso não aconteceu. Segundo a Santa Casa, conforme requisitado pela 33ª Promotoria e definido pela Vara da Infância, Adolescência e do Idoso, a menina está sob cuidados de acompanhante desde o dia 5 de janeiro.

Sem conseguir contato com a mãe por telefone ou mesmo via redes sociais, o hospital tentou contato com uma tia da criança, que informou que não tinha notícia de Helena há pelo menos três dias. Ao sair de Campo Grande em dezembro, a mãe informou que veria os demais filhos, de sete, cinco e dois anos de idade, sendo que dois deles estariam doentes.

Todos estavam com o pai, na Bolívia, que é separado de Helena, mas que tomava conta das crianças enquanto ela ficava no hospital com a caçula. Pelas últimas informações, a genitora estaria no país vizinho, já que também não foi mais vista em seu endereço em Ladário.

O caso, tratado como abandono de incapaz, é acompanhado pelas autoridades e a criança, mesmo ainda estando internada, deverá ser encaminhada a abrigo em Corumbá, de onde veio, até que a situação se resolva ou a mãe e familiares sejam encontrados.

Segundo a Santa Casa, Isabel continua em tratamento na unidade, mas não passou mais detalhes do estado de saúde da criança. A menina já é considerada institucionalizada, ou seja, está sob tutela do Estado até que o caso tenha uma solução.

* Os nomes foram alterados para não identificar a criança.

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