Em dia de prova, "trote" do massacre deixou em alerta três escolas de MS
Duas das unidades de ensino ficam na Capital e método usado como "brincadeira" foi o mesmo
Pelo menos três escolas de Mato Grosso do Sul ficaram em alerta, nesta quinta-feira (28), após os diretores detectarem mensagens que circulavam na internet indicando a realização de um "massacre" com hora marcada. Redes de roteadores de Wifi tiveram seus nomes alterados e indicavam que o crime seria cometido às 14h30. O caso foi registrado em duas unidades de ensino da Capital e uma de Dourados - a 233 quilômetros de Campo Grande.
As três ocorrências ainda estão sendo investigadas, mas para a polícia, a principio, tudo não tenha passado de "uma brincadeira de mau gosto". Segundo apurado pela reportagem, ao menos nas escolas da Capital, os estudantes seriam submetidos a avaliações didáticas na tarde hoje. Ainda não se sabe se estudantes tenham aproveitando da situação para adiar as provas.
Em Campo Grande, alunos foram dispensados perante a presença dos pais nas escolas Professor Emygdio Campos Vidal, no bairro Vila Boas, e José Barbosa Rodrigues, no Universitário. Nesta última, após a descoberta da suspeita, alunos entraram em desespero e solicitaram à direção que seus pais fossem chamados.
“No começo eu encarei como brincadeira, mas logo depois que eu vi um monte de gente chorando, também fiquei preocupada”, revelou a estudante Giovana Lais Motta, do 1º ano do Ensino Médio. Mãe da aluna, a secretária de coordenação Teila Pereira Santos, de 42 anos, ressaltou a preocupação com a segurança da filha.
“Com tudo o que está passando na mídia, qualquer chamado da escola é um alerta”, afirmou. O mesmo aconteceu com o trabalhador Claudinei Marques, de 36 anos, que pediu dispensa do serviço para buscar a filha. “Ligaram falando da mensagem, relacionaram ao que aconteceu em Suzano e eu vim correndo”, revelou.
Filha de Claudinei, a aluna Maria Claudia, do 1 aº ano, confirmou que seriam aplicadas provas hoje. Com aulas integrais, os estudante costumam ser liberados por volta das 16h40. Porém, todas as quintas-feiras são realizadas avaliações, sendo os alunos dispensados justamente no horário que a mensagem indicava para o atentado.
O diretor da escola, Edvaldo Lourenço da Silva, confirmou a atualização no nome de redes de Wifi de alguns celulares. Segundo ele, primeiro a mensagem indicava para uma ação às 14h30, mas logo em seguida o horário foi modificado para 14h40 e também 14h41.
Prints de telas obtidos pelo Campo Grande News comprovam as mudanças. Há ainda uma outra rede que, com as inicias do nome da escola (JBR), aponta para a data de hoje como sendo a do suspeito “massacre”.
“Acredito que seja tudo uma questão de brincadeira, mas informamos à Secretaria de Educação e estamos tentando rastrear de onde veio isso. Fui orientado a registrar boletim de ocorrência sobre o caso”, revelou Edvaldo.