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Cidades

Em MS, R$ 609 milhões foram destinados a aposentadorias por invalidez

Entre 2012 a 2021, também foram gastos R$ 387 milhões com auxílio-doença por acidentes de trabalho em MS

Por Mylena Fraiha | 24/04/2024 17:02
Fachada do Tribunal Regional do Trabalho em Campo Grande (Foto: Divulgação)
Fachada do Tribunal Regional do Trabalho em Campo Grande (Foto: Divulgação)

Nos últimos 10 anos, foram destinados R$ 609 milhões para aposentadorias por invalidez ocasionadas por acidentes de trabalho em Mato Grosso do Sul. Durante esse período, também foram gastos R$ 387 milhões com auxílio-doença por acidentes de trabalho no Estado. Esses dados da série histórica abrangem o período de 2012 a 2021 e foram divulgados pelo TRT-24 (Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região).

Entre esses casos, está de um coletor de lixo que, aos 26 anos, sofreu graves lesões enquanto desempenhava suas funções na cidade de Rio Brilhante, a 161 km da Capital. O acidente ocorreu em 2021, quando o trabalhador foi atropelado pelo caminhão de lixo. Ele sofreu fratura de fêmur, precisando passar por três cirurgias e ficando incapacitado de forma total e permanente para a atividade.

Nesse caso, o trabalhador receberá uma indenização de R$ 435 mil por danos materiais, morais e estéticos, após julgamento pela Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, que condenou a empresa responsável pelo acidente.

Naquele mesmo ano, foram registrados 179 acidentes de trabalho envolvendo coletor de lixo domiciliar, em Mato Grosso do Sul, segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, que reúne informações do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)

O gestor regional do Programa Trabalho Seguro, desembargador João de Deus Gomes de Souza, pontua a importância da cooperação entre empregadores e trabalhadores. "O papel principal do empregador é disponibilizar os equipamentos de segurança para que eles possam utilizar. Há necessidade que o trabalhador possa utilizá-los para sua segurança, para que ele possa voltar para sua casa de bem".

Acidentes em números - Em 2023, a Justiça do Trabalho em Mato Grosso do Sul recebeu 3.261 novos processos sobre doenças ocupacionais e 2.723 ações referentes a acidentes de trabalho. Os dados mais recentes, de 2022, indicam que Campo Grande foi a cidade com mais notificações de acidentes de trabalho (41,3%), seguida por Dourados (10,3%) e Três Lagoas (7,04%), totalizando 10 mil acidentes e 58 mortes no estado.

O setor econômico com mais notificações foi o de atividades de atendimento hospitalar. Só em 2022, foram registrados 690 acidentes envolvendo técnicos de enfermagem e 167 com enfermeiros.

Outras ocupações com mais incidência foram alimentador de linha de produção (404 casos), faxineiro (267 casos), motorista de caminhão (250 casos), trabalhador agropecuário (154 casos) e coletor de lixo domiciliar (153 casos).

Quanto às mortes por acidentes de trabalho em Mato Grosso do Sul, ocorrem principalmente entre motoristas de caminhão e de ônibus rodoviário, caldeireiros, soldadores, pedreiros, operadores de máquinas de construção civil e mineração, e trabalhadores volantes da agricultura.

Dados do TRT-24 também revelam que, a cada dez acidentes, sete ocorrem com homens. A faixa etária mais afetada é de 18 a 24 anos para os homens e de 30 a 34 anos para as mulheres.

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