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Cidades

Escolas de MS estão entre as que mais registram ocorrências de bullying em 2022

Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontou índices de violência escolar em todo o Brasil

Guilherme Correia | 22/07/2023 12:00
Aluno entra em escola municipal de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Aluno entra em escola municipal de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, Mato Grosso do Sul está entre as unidades da Federação com maiores percentuais de registros de bullying. Mais de 46% do total de escolas públicas tiveram tal ocorrência, o equivalente a 437 unidades de ensino, o que foi destacado até na publicação feita pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública).

Este índice faz o estado ocupar a oitava posição do ranking nacional, com valor próximo aos estados de Paraná (47,6%), Espírito Santo (47,2%), Mato Grosso (46,9%), conforme levantamento do Campo Grande News, com base nos dados da pesquisa, que ouviu 942 estabelecimentos educacionais no Estado.

Os estados com os maiores percentuais são: Santa Catarina, Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul, com 60,1%, 51,8%, 50,5% e 49,5%, respectivamente.

Por outro lado, Amapá (23,8%), Paraíba (23,8%) e Roraima (13,9%) apresentaram os menores índices.

Conforme o anuário, especialistas em educação e direitos humanos enfatizam a importância de combater a discriminação nas escolas através de políticas públicas que promovam a diversidade e a inclusão, além de treinamento para professores e funcionários escolares sobre como lidar com a discriminação.

A discriminação pode assumir muitas formas, como racismo, sexismo, homofobia, transfobia, xenofobia e preconceito socioeconômico, ainda de acordo com a publicação.

Policial militar vistoria mochila de aluno em escola estadual de MS (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Policial militar vistoria mochila de aluno em escola estadual de MS (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Violência nas escolas

O Anuário apontou a preocupante percepção de diretores em relação a armas, assédio sexual e bullying nas unidades de ensino. Nas respostas, eles puderam classificar as ocorrências por frequência: "nunca", "poucas vezes", "várias vezes" ou "sem resposta".

Mato Grosso do Sul registrou maior índice de lesão corporal nas escolas do Brasil. Conforme a pesquisa, 0,6% dos diretores relataram que presenciaram tal ocorrência "várias vezes" em suas unidades escolares. A média nacional foi de 0,1%. Bahia, Paraíba e Piauí não tiveram este registro.

Além disso, 2,9% dos diretores relataram presenciar roubo ou furto "várias vezes". Este índice é o 6º maior do país - Acre (5,2%) tem o maior indicador e Tocantins (0,1%) o menor.

Mato Grosso do Sul teve taxa de 2,9% de diretores com percepção de ter ocorrido assédio sexual "poucas vezes" nas instituições de ensino. Além disso, 82,4% dos diretores afirmaram que nunca ocorreu, enquanto os demais 14,8% não responderam. O Distrito Federal registrou a maior taxa, com 5,2%, enquanto Roraima apresentou a menor, com 0,6%.

Além dos casos de lesão e assédio sexual, o estudo trouxe à tona outros dados. Em relação à interrupção do calendário escolar de 2021 por episódios de violência, Mato Grosso do Sul registrou 0,4%, abaixo da média nacional de 0,9%.

Aluna ao lado da mãe em frente à escola municipal da Capital (Foto: Henrique Kawaminami)
Aluna ao lado da mãe em frente à escola municipal da Capital (Foto: Henrique Kawaminami)

Outros índices

O estado também teve segundo maior percentual de presença de armas brancas e de fogo em escolas do país no último ano, conforme os relatos dos profissionais de educação. No estado, 51 diretores relataram que houve tal ocorrência "poucas vezes", o equivalente a 5,4% do total. Este número ficou atrás apenas do Distrito Federal, que teve 6%.

  • Em relação a atentados à vida, a frequência classificada como "poucas vezes" foi de 3,8% (0,8% acima da média nacional).

  • Quanto ao tráfico de drogas dentro da escola, Mato Grosso do Sul registrou 0,3% relatando a ocorrência "várias vezes", levemente abaixo da média nacional, de 0,4%.

  • Também houve registro de 0,1% dos diretores relatando ter presença de permanência de pessoas sob efeito de álcool, mesmo índice nacional. Por outro lado, não houve relatos de permanência de pessoas sob efeito de drogas.

  •  O relatório aponta também que 0,4% dos diretores relataram presenciar discriminação "várias vezes" em suas escolas, sexto maior índice brasileiro, empatado com outros sete estados.

  • 2,5% dos diretores relataram ter presenciado bullying, o que inclui ameaças ou ofensas verbais, várias vezes. Este é o sétimo maior índice do país.

  • 1,1% dos diretores relataram invasão do espaço escolar ocorrendo várias vezes - a média nacional é de 1,4%. Rio de Janeiro (3%) e São Paulo (2,8%) lideram o ranking, enquanto Ceará e Roraima (0,3%) tiveram menores números.

  • Houve também 1,8% de relatos de depredação do patrimônio escolar (vandalismo) muitas vezes, próximo à média nacional, de 1,9%.

  • 58,3% das escolas têm condições de segurança na entrada e saída consideradas "adequadas". Este é o sétimo maior índice do país e a média nacional é de 56,7%.

  • O estado não teve registro de tiroteio ou bala perdida. A média nacional nesse quesito foi de 0,3%, mas Rio de Janeiro destaca-se com 3,6%.

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