Foragido de operação da Polícia Federal é preso em paraíso turístico de SC
Cláudio Barbosa foi flagrado em veículo de alto padrão enquanto circulava por Jurerê Internacional
Foragido da operação “La Casa de Papel” desde outubro de 2022, Cláudio Barbosa foi preso na noite de terça-feira (dia 28) em Jurerê Internacional, conhecido destino turístico em Florianópolis. De acordo com o jornal O Globo, ele levava vida de luxo na capital de Santa Catarina.
Cláudio foi alvo em ação, liderada pela PF (Polícia Federal) de Dourados, que investiga pirâmide financeira. O esquema, revelado a partir de apreensão de dois quilos de esmeraldas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Rio Brilhante, tem estimativa de 1,3 milhão de vítimas, com movimentação de R$ 124,3 milhões.
Ele foi preso pela PM (Polícia Militar), que durante abordagem verificou mandado de prisão em aberto na Justiça Federal de Mato Grosso do Sul. O foragido estava num veículo de alto padrão.
A audiência de custódia foi realizada na tarde de ontem, com a prisão preventiva mantida. Ele não será transferido para MS.
“Nós estamos avaliando a melhor estratégia para entrar com o habeas corpus, tendo em vista o feriado”, afirma a advogada Talesca Campara.
O processo sobre o crime de lavagem de dinheiro “correu” apesar de o alvo ter ficado foragido, mas com relação a outros crimes houve desmembramento, com ações começando do zero. De acordo com a defesa, essa foi uma das justificativas para manter a prisão, mesmo com a ação por lavagem já na reta final.
Joias e carrões - Com alvos no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina, a operação “La Casa de Papel” apreendeu 16 veículos, incluindo modelos de luxo como Porsche Cayenne, Porsche Boxter, Mercedes Benz, Audi e BMW, além de lancha e jet sky.
Usadas como atrativo para garantir a segurança do investimento em criptomoedas, as esmeraldas apreendidas totalizaram 268 quilos. O saldo de apreensões também inclui gado (100 cabeças), ovelhas (75), R$ 21.000, 9.250 dólares, 1.280 euros, 250 mil dólares em criptoativos, joias, relógios e canetas. A 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande também determinou bloqueio de 20 milhões de dólares.
Esmeraldas – Em 20 de agosto de 2021, a apreensão de mais de dois quilos de esmeraldas em Rio Brilhante, avaliados em R$ 508 mil, acendeu suspeita de lavagem de dinheiro. Um fato, em especial, chamou a atenção do MPF (Ministério Público Federal): um dos presos não soube informar o endereço da própria empresa.
Os policiais constataram que a nota fiscal das esmeraldas era inidônea. Além disso, os indiciados não apresentaram a concessão de lavra ou guia de utilização emitida pela Agência Nacional de Mineração.
Cláudio Barbosa, o sócio Fabiano Lorite e Jean Pessoa de Souza foram presos por falsidade ideológica e por explorar matéria-prima da União sem autorização legal. Eles foram soltos na sequência, mas passaram a ser investigados pela PF.
Captação – A investigação da Polícia Federal reporta o caminho dos investimentos. Primeiro, a pessoa se cadastrava no site da Trust Investing, que ofertava planos de 15 dólares a cem mil dólares.
Com o cadastro, era gerada uma wallet (carteira) para o investidor, que seria usada para comprar e receber em criptoativos. Paga-se o plano com o token (espécie de criptomoeda), que flutua na proporção de 1x1 com o dólar americano. Do total investido, 60% irão para investimentos em trading (operações de compra e venda), criptomoedas e compra de outros ativos. Os outros 40% serão para expansão da Trust, com cotas diárias disponibilizadas para saques.
Além disso, após um ano de investimento, o grupo orienta a investir o dobro do capital inicial ou renovar com o mesmo valor. Havia também a opção de trazer novos investidores. Contudo, os recursos seriam desviados para aquisição de bens de luxo.
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