Governo suspende licitação por suspeita de irregularidade em compra de cobertor
Doação de mantas para aquecer famílias carentes é feita anualmente pela Sedhast na campanha do agasalho
A compra de 120 mil cobertores de microfibra que seriam doadas pela Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho) para aquecer as famílias carentes do Estado foi suspensa. A decisão do Governo do Estado foi publicada na edição desta terça-feira (25) no Diário Oficial “em decorrência da Análise exarada no TC 5696/2021 do Tribunal de Contas do Estado.”
A empresa Altomax comércio de meias e cobertores, importação e exportação ganhou o edital de R$ 4.006.800,00. No entanto, ela é citada no recurso da concorrente L & L Comercial e Prestadora de Serviços, apresentando no dia 6 de maio.
O primeiro ponto levantando pelo proprietário da L& L, Leonardo Primo de Araújo é o grau de parentesco entre as primeiras colocadas no certame.
O representante da Altomax, Janderley Hespanhol Cavalcante, é irmão mais velho do representante, proprietário da empresa JH Cavalcante e vereador de Mundo Novo, Jefferson Hespanhol Cavalente, o Pinduca (MDB).
Além disso, as duas empresas que são concorrentes e adversárias apresentaram documentos trocados nos envelopes. “Os documentos apresentados pela empresa JH são da empresa que venceu o item de cota principal, a Altomax. Como uma empresa apresenta a documentação de uma concorrente em um certame de expressivo valor?”, pontuou Leonardo.
Por isso, o empresário colocou em debate a possibilidade dos licitantes descumprirem o caráter de isonomia do processo. “Isso aí tem que ser analisado corretamente. O que é justo e o que é certo tem que ser feito”, disse o empresário à reportagem.
Já Pinduca afirmou que é alvo de um denuncismo desnecessário. “Eu já fui desclassificado e perdi o certame. Estão vindo com cavalo de batalha em cima de mim. O fato do Janderley ser meu irmão não o impede de participar. O que estão fazendo comigo é um absurdo. Não tem fundamento nenhum”, afirmou o vereador.
O irmão, Janderley também alegou desconhecer a participação de Pinduca na licitação. “Sou gerente administrativo e vim representar uma amostra que meu patrão mandou. Não tenho contato com a empresa do meu irmão. Nem sabia que ele ia mostrar o produto. A empresa está aguardando a decisão tranquila. Com um volume desses acho que todo o Brasil deve ter participado do pregão”, concluiu.