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Cidades

Impedidos por lei, policiais trocam rifa de arma por dinheiro

Decreto federal de 1972 e portaria do Ministério da Economia de 2020 impedem esse tipo de produto como prêmio

Por Lucia Morel | 13/11/2023 16:37
Imagem mostra espingarda que iria ser rifada pelo Choque. (Foto: Reprodução)
Imagem mostra espingarda que iria ser rifada pelo Choque. (Foto: Reprodução)

Para ajudar um colega de farda que está com câncer no cérebro, o Batalhão de Choque em Mato Grosso do Sul começou uma rifa de espingarda CBC Pump 3.0 calibre 12. Entretanto, decreto federal de 1972 e, ainda, portaria do Ministério da Economia de 2020 impedem esse tipo de produto como prêmio em sorteios.

O Campo Grande News procurou o comando do batalhão e o comandante, tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva, informou que o Comando-Geral da Polícia Militar já foi informado sobre o sorteio e está providenciando a troca da arma por dinheiro, no valor da espingarda, para oferecer como prêmio. “O Comando-Geral já está ciente da situação para poder transformar esse prêmio em crédito no valor do armamento”, afirmou.

Material divulgado nas redes sociais de alguns policiais militares. (Foto: Reprodução)
Material divulgado nas redes sociais de alguns policiais militares. (Foto: Reprodução)

Entretanto, nas redes sociais de policiais militares, foi divulgada a rifa da espingarda, o que chamou atenção, já que existe restrição legal. Segundo o comandante, em um “afã” para ajudar o colega doente, os militares se precipitaram na divulgação.

Em contato com o sargento Duarte, que encabeçou o pedido de ajuda ao PM enfermo, ele disse que em reunião hoje cedo decidiu-se pela rifa da espingarda preliminarmente e que somente policiais poderiam participar. Isso até que se decidisse se o prêmio se manteria ou não. “decidimos começar logo a rifa porque o caso é urgente e depois a gente acertaria o que precisasse”, apontou.

O armamento estava “sobrando” e foi um de três brindes enviados ao batalhão pela fabricante da espingarda. Duas foram entregues a policiais que participaram de treinamento específico e a que estava sendo rifada estava sem dono. O valor do armamento é de cerca de R$ 8 mil.

Duarte comentou também que nesta manhã, somente entre os militares do batalhão, já foram levantados R$ 27 mil para ajudar o colega. Cirurgia necessária para biópsia e retirada do tumor no cérebro precisa ser feita em São Paulo e o serviço não é coberto pelo plano de saúde, que é a Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul). O total do tratamento ficou em R$ 200 mil.

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