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Cidades

Justiça ouve Giroto e Amorim em março sobre esquema com avião de 590 mil dólares

Na ação penal, o MPF pede que empresário e ex-secretário paguem indenização de R$ 5 milhões

Aline dos Santos | 23/12/2019 08:16
Aeronave foi registrada em nome de empresa de Amorim, mas Giroto é quem teria acompanhado aquisição, registro e regularização do bem.
Aeronave foi registrada em nome de empresa de Amorim, mas Giroto é quem teria acompanhado aquisição, registro e regularização do bem.

A Justiça Federal ouve em março o empresário João Amorim e o ex-secretário de Obras, Edson Giroto, em processo da Lama Asfáltica por corrupção e lavagem de dinheiro. O esquema seria por meio de uma aeronave, avaliada em U$ 590.000, cujo verdadeiro dono é apontado como Giroto. Na ação penal, o MPF (Ministério Público Federal) pede que ambos paguem indenização de R$ 5 milhões.

Os interrogatórios estavam agendados para os dias 10 e 11 de março, mas foram remarcados para 26 e 27 de março porque o magistrado tem curso em Brasília. No dia 26 de março, serão ouvidos Flávio Henrique Garcia Scrocchio (empresário e cunhado de Giroto) e Elza Cristina Araújo dos Santo (secretária e sócia de Amorim).

No dia seguinte, serão interrogados João Alberto Krampe Amorim dos Santos, Edson Giroto e Gerson Mauro Martins. Os interrogatórios serão na 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande.

Com base em interceptações telefônicas, documentos (recibo, contratos, boletos), e-mails, fotografia, laudos da PF (Polícia Federal) e depoimentos, o MPF sustenta que a importação da aeronave Piper Cheyenne (matrícula PP-CMV) foi realizada por Amorim e Elza, sendo o avião registrado e nome da ASE Participações e Eventos.

A empresa é apontada como engrenagem de um grande mecanismo de lavagem de dinheiro: movimentava altas somas, mas não tinha maquinário suficiente para atender contratos com 22 empresas.

“Consta que Edson Giroto acompanhou de perto todo o processo de aquisição e registro da aeronave Piper Cheyenne, e que a aquisição da aeronave foi intermediada pelo piloto Gerson Mauro Martins, responsável também por trazer a aeronave ao Brasil, em meados de 2014, e servir como piloto da mesma até sua alienação, em 2016”.

Ainda de acordo com a denúncia, Flávio Scrocchio, por meio de sua empresa Terrasat, arcava com as despesas de manutenção e de viagem da aeronave. Posteriormente, ele teria firmado contrato simulado de compra e venda de outra aeronave, recebida como pagamento parcial pelo Piper Cheyenne.

“Edson Giroto, livre e conscientemente, aceitou receber para si, em razão de sua função de Secretário de Obras Públicas e de Transportes do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, vantagem indevida consistente na aeronave Piper Cheyenne I, matrícula PP-CMV, modelo PA 31T1, número de série 31T-8104020, no valor de U$ 590.000,00 (quinhentos e noventa mil dólares”, aponta o MPF.

O registro foi em nome da ASE, mas, de acordo com o processo, Giroto acompanhou diretamente todo o trâmite de aquisição, registro e regularização do bem. O ex-secretário de Obras está preso no Centro de Triagem.

Em 2019, ele foi protagonista da primeira condenação da Lama Asfáltica. A maior operação contra a corrupção no Estado contabiliza seis fases e apura prejuízo de R$ 432 milhões com fraudes e propinas. A força-tarefa é formada pela PF , CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal.

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