Justiça revoga prisão de hacker apontado como peça-chave da Operação Omertà
A Justiça revogou a prisão de Eurico dos Santos Mota, 28 anos, hacker contratado por milícia descoberta após investigações que deram origem à Operação Omertà. Eurico é de Santa Catarina, mas estava preso em Mato Grosso do Sul desde o dia 21 de novembro do ano passado.
Ele foi capturado depois de oito meses foragido, passou pelo Garras e, a pedido da defesa, foi transferido para a penitenciária de segurança média de Coxim.
Eurico é considerado peça-chave no processo sobre a morte de Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, assassinado por engano em abril de 2019, no lugar do pai, o capitão reformado da Polícia Militar, Paulo Roberto Teixeira Xavier.
O rapaz foi contratado para rastrear e repassar informações sobre a rotina de Paulo Xavier à milícia armada, alvo das investigações. A missão de Eurico no esquema foi levantar “em tempo real, por meio de atividades de informática (hackeamento), a localização (rastreamento) de Paulo Roberto Xavier, que era o alvo da organização criminosa”, segundo registros nas páginas do procedimento de investigação criminal contra o grupo de extermínio.
Foi Eurico quem apontou os nomes de Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, o Zezinho, que segundo os investigadores são os responsáveis pela execução de Matheus.
"Verifico que cessaram os motivos para manter a prisão preventiva do acusado Eurico dos Santos Mota, eis que, em tese, conforme visão panorâmica dos autos, não teve o domínio dos fatos constantes da denúncia e nem foi preponderante para a sua ocorrência, aliás, em princípio, só conhecia os acusados Juanil e José Moreira, os quais estão foragidos,", argumentou o juiz Aluízio Pereira dos Santos para a decisão de revogar a prisão.
Agora, ele deve apenas manter o endereço, trabalho e, após normalização da situação de pandemia, comparecimento mensal em juízo enquanto perdurar o processo."