Liberada vacina anticovid da Pfizer a crianças de 5 a 11
No entanto, vacinação ainda não tem previsão de acontecer e depende de aval do Ministério da Saúde
Nesta quinta-feira (16), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu que crianças de cinco a 11 anos serão incluídas na bula da vacina da Pfizer contra a covid-19. O órgão entendeu que por não haver relato de eventos adversos preocupantes, em estudos clínicos do imunizante nesta faixa etária, elas podem ser vacinadas.
No entanto, a imunização deste público ainda não tem previsão de acontecer. Isto porque o Ministério da Saúde não reservou doses a essa faixa etária de indivíduos, oficialmente, até o momento. Após definição federal, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) e secretarias municipais de Saúde, em Mato Grosso do Sul, têm competência de definir novos passos.
O titular da SES, Geraldo Resende, diz aguardar manifestação federal sobre qual será a deliberação, já que a dosagem permitida a crianças é diferente dos adultos. "Depois da liberação, vamos aplicar as vacinas. Temos em estoque, dá para iniciar esse processo, para imunizar todas as crianças do Estado, mas precisamos saber a dosagem de vacina".
Antes da decisão, o secretário municipal de Saúde de Campo Grande, José Mauro Filho, disse ao Campo Grande News que a liberação era aguardada e que a partir de uma definição oficial, o município já estaria pronto para vacinar as crianças.
"A gente começaria amanhã, mas acredito que haveria um encaminhamento imediato, por parte do secretário estadual de Saúde, [Geraldo Resende], por meio de uma CIB [Comissão Intergestora Bipartite] extraordinária, para que possamos normatizar, a nível estadual, essa vacinação", diz o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).
Atualmente, a Anvisa permite a vacinação com doses de Pfizer a crianças e adolescentes que tenham de 12 a 17 anos. No Estado, a imunização desse grupo já chegou a mais que a metade dos indivíduos.
O Instituto Butantan, fabricante da vacina Coronavac, chegou a protocolar um novo pedido de liberação desta patente vacinal ao público infantil, mas segue sem uma definição.
O chefe da GGMED (Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos) da Anvisa, Gustavo Mendes, explicou em apresentação que as reações que envolvem chance de análise representam 0,007% dos casos.
"Não há relato de nenhum evento adverso sério, de preocupação, não há relato relacionado a casos muito graves ou mortalidade por conta da vacinação comparado com placebo. Esse perfil de segurança é importante e a agente sabe que essa é uma das maiores preocupações na hora de extrapolar uma vacina para a população pediátrica".
Não houve votação, já que o imunizante tem registro de uso definitivo no Brasil, diferente de vacinas em que a utilização se configura como emergencial. Desta forma, a Anvisa acata a decisão da área técnica, que preconiza o uso.
(*) Matéria editada às 10h41 para acréscimo de informações.