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Cidades

Maior favela de MS chegou a ter 3.317 pessoas e sete igrejas para uma escola

Com 31 favelas segundo dados de 2022, MS tem 16.678 residentes; eram 8 comunidades do tipo há 10 anos

Por Jéssica Fernandes | 08/11/2024 11:28
Em MS, 16,678 mil pessoas vivem em favelas e pardos são a maioria. (Arte: Lennon Almeida)
Em MS, 16,678 mil pessoas vivem em favelas e pardos são a maioria. (Arte: Lennon Almeida)

Mato Grosso do Sul tinha 16.678 pessoas vivendo em favelas, conforme dados do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022. Os detalhes foram divulgados nesta sexta-feira (8) e apontam que o Estado registrava 31 favelas ou comunidades urbanas precárias, com 6.347 domicílios. Esses números colocavam MS na 26ª posição no ranking nacional há 2 anos, que tem o estado de São Paulo em primeiro, com 3.123 favelas.

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De acordo com dados do IBGE, Mato Grosso do Sul possui 31 favelas e comunidades, abrigando 16.678 mil pessoas em 6.347 mil domicílios. Esse número coloca o estado na 26ª posição no ranking nacional, com uma densidade demográfica de 4.9998,28 habitantes por km². A maioria da população em favelas no estado é parda (61.67%), seguida por preta (10.03%) e indígena (1.88%). Em relação à infraestrutura, 92.46% dos domicílios possuem coleta de lixo, 98.10% têm banheiro exclusivo e 78.59% recebem água da rede geral. No entanto, apenas 7.15% têm acesso à rede de esgoto e 2.02% não têm água canalizada.

Dentre 16 favelas na Capital, a comunidade Homex em Campo Grande tinha a maior população residente, com 3.317 pessoas. Ocupada desde 2013, no ano passado ela deixou de integrar essa categoria, porque a Prefeitura deu início a regularização dos imóveis, por meio de projetos da Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários).

Um dos recortes curiosos do estudo é que na Homex, ainda hoje existe, apenas uma escola para sete igrejas.  Em outras comunidades da Capital, como Samambaia, Roda Velha, Jardim Botânico e Uirapuru são encontradas pelo menos uma igreja e nenhuma escola.

O dado que mais choca, no entanto, é que em 1037 domicílios da Homex, um buraco servia de banheiro. Também em Campo Grande, a pior situação no saneamento foi encontrada na comunidade Morada dos Angicos, onde de 93 moradias, 92 usavam fossa rudimentar ou buraco como banheiro.

Crianças caminham em rua da Comunidade Homex, em Campo Grande. (Foto: Arquivo/ Henrique Kawaminami)
Crianças caminham em rua da Comunidade Homex, em Campo Grande. (Foto: Arquivo/ Henrique Kawaminami)

Divulgado hoje, o estudo “Favelas e Comunidades Urbanas”, baseado no Censo 2022, traz mais indicativos, como a área e densidade demográfica. .

Em segundo lugar no Estado, no ano de levantamento do Censo, aparecia a comunidade São Francisco, em Aquidauana, com 1.558 pessoas; e em terceiro a "Favelinha" em Ponta Porã, com 1.538 habitantes.

No Censo de 2010, MS tinha oito favelas ou comunidades, nomeados na época pelo instituto como “aglomerados subnormais”. A população residente era de  7.249 e 1.879 domicílios ocupavam esses espaços.

Seguindo critérios de cor e raça, a pesquisa revela que os pardos são a maioria a viverem em favelas ou comunidades em Mato Grosso do Sul, com 61,67%. Pessoas pretas e indígenas representam, respectivamente, 10,03% e 1,88%. Já a população branca e amarela equivale a 26,30% e 0,11%, conforme o estudo.

Em MS, apenas 78 domícilios situados em favelas recebem abastecimento de água. (Foto: Arquivo/ Henrique Kawaminami)
Em MS, apenas 78 domícilios situados em favelas recebem abastecimento de água. (Foto: Arquivo/ Henrique Kawaminami)

Nas favelas de Mato Grosso do Sul são encontrados 101 homens para cada 100 mulheres, sendo que a idade média desses moradores é de 25 anos. Também vivem 21,8 pessoas com mais de 60 anos para cada 100 com até 14 anos.

Alfabetização - Nesses locais, a porcentagem de alfabetizados é de 92,06%, que equivale a 10.222. Pessoas entre 25 a 34 anos representam a maioria com estudo, são 2.743, sendo 677 brancos, 307 pretos, 1702 pardos, 54 indígenas e 3 amarelos. Por sexo, os homens estão entre a maioria alfabetizada com 5.154. Por outro lado, apenas 1.185 mil mulheres são alfabetizadas.

Ao todo, 879 pessoas em favelas não são alfabetizadas. Os pardos, mais uma vez, saem a frente nessa estatística com 541. Em segundo, brancos com 173, pretos com 143 e os indígenas com 20. Por faixa etária, pessoas com ou acima de 65 anos correspondem ao maior número de não alfabetizados, são 237.

Dados gerais - Ao todo, o País tem 12.348 favelas com população de 16.390.815. Nos dados gerais, os pardos seguem como maioria com 56,81, seguidos pelos brancos com 26,62. Pretos e indígenas correspondem a 16,13 e 0,33.

A idade média é de 30 anos, sendo que existem em média 45 pessoas com 60 anos ou mais para cada 100 pessoas com até 14 anos. Além disso, são 93 homens para cada 100 mulheres.

No censo de 2010, o País tinha 6.329 territórios do tipo e 11,4 milhões de pessoas viviam em favelas, ou seja, 6% da população do Brasil naquele ano. O Sudeste tem o maior número de comunidades, são 48,7% do total. O Centro-Oeste é a região com menor incidência, com 303 favelas ou comunidades populares, que representam 2,5%.

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