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Cidades

Mato Grosso do Sul é o segundo estado no país onde homens mais matam mulheres

Estado só é melhor que Rondônia; 2022 registrou aumento de feminicídio e MS está bem acima da média nacional

Antonio Bispo | 20/07/2023 13:25
Campo Grande foi a primeira cidade do país a ter a Casa da Mulher Brasileira, inaugurada em 2015 (Foto: Alex Machado)
Campo Grande foi a primeira cidade do país a ter a Casa da Mulher Brasileira, inaugurada em 2015 (Foto: Alex Machado)

Os casos de feminicídios ocorridos em Mato Grosso do Sul em 2022 colocaram o Estado na segunda posição com maior número de ocorrências do crime. Os dados se referem a cada 100 mil habitantes.

Os números foram divulgados na manhã desta quinta-feira (20), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e revelaram que foram registrados 1.437 casos em todo o país. Destes, 40 aconteceram em MS, que em números absolutos colocam o Estado na 13ª posição. Mas conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), os números são ainda maiores, com 42 ocorrências. A diferença não altera a posição a nível nacional.

Quando os dados são proporcionais, a colocação no ranking salta para a segunda posição, com taxa de 2,9 casos de feminicídios por 100 mil habitantes, bem maior que a média nacional, de 1,4 mortes.

Entre todos os estados, Mato Grosso do Sul perde apenas para Rondônia, que registrou a taxa de 3,1 crimes de feminicídio para cada 100 mil habitantes. Em relação a 2021, o ano passado teve aumento nos casos, saltando de 33 para 40. Há uma pequena divergência com o divulgado pela Sejusp, que registrou aumento de 34 para 42, mas que não altera a posição sul-mato-grossense no ranking.

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Primeiro e último caso de 2023 – Em 2023, até agora, quase todos os meses tiveram mais de um caso de feminicídio. Apenas nos meses de maio e junho, ocorreu uma morte em cada. No total, já são 12 vítimas neste ano. Somente em Campo Grande, foram cinco.

Neste ano, a primeira ocorrência aconteceu no dia 13 de janeiro, no bairro São Francisco, em Campo Grande. Claudineia Brito da Silva, de 49 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido.

Já o mais recente aconteceu no dia 1º de julho, quando a jovem Natali Gabrieli da Silva Souza, de 18 anos, foi morta também a facadas pelo namorado no bairro Parque do Lageado, em Campo Grande. Nos dois casos citados, os suspeitos acabaram presos por equipes da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher).

Ambos entrarão só no anuário do ano que vem.

Claudineia, à esquerda, e Natali, à direita da foto, são uma das vítimas de feminicídio em MS, mas entrarão só nas estatísticas de 2023. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Claudineia, à esquerda, e Natali, à direita da foto, são uma das vítimas de feminicídio em MS, mas entrarão só nas estatísticas de 2023. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Medidas protetivas – Conforme dados divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, ano em que foi registrado um dos maiores números de casos, Mato Grosso do Sul teve 12.684 pedidos de medidas protetivas, mais de 34 ao dia. Destes, 10.790 foram concedidos.

Novamente, o Estado alcançou a segunda posição em nível nacional em relação ao número da população feminina, com taxa de 776,2 pedidos, perdendo apenas para o Distrito Federal, que registrou 902,5 para cada 100 mil/hab.

Chamadas de emergência – Quanto às ligações feitas para a polícia pelo 190, em MS, das 686.596 chamadas, 12.476 foram de pedidos de socorro por violência doméstica, também cerca de 34 ao dia.

Violência doméstica – Apesar do aumento de crimes de feminicídio no ano de 2022 em relação a 2021, os casos de lesão corporal dolosa (violência doméstica) caíram, segundo dados. Das 4.533 ocorrências registradas, houve queda para 3.401, correspondendo a menos 25,7%.

Tentativa de feminicídio – Porém, para os casos em que os crimes não foram concretizados, os números saltaram de um ano para o outro. Em 2021, houve 156 ocorrências. Já em 2022, o total pulou para 212, com taxa de 8,8 casos para cada 100 mil/hab, também deixando o Estado na segunda posição, perdendo apenas para o Amapá, com 12 registros para cada 100 mil/hab.

Ameaças – Nos registros de ameaça, a Polícia registrou 15.979 ocorrências em 2022, contra 15.157 em 2021.

Jovens são maioria – Em todo o país, o percentual de idade das vítimas de feminicídios e demais mortes violentas registrados em 2022 apontam que as principais vítimas são mulheres entre 18 a 24 anos.

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