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Capital

Natali foi morta por 14 facadas e testemunhas poderiam ter evitado, diz delegada

Vítima foi assassinada na madrugada do sábado e autor preso em flagrante momentos depois

Ana Paula Chuva e Bruna Marques | 03/07/2023 10:57
Delegadas Analu Ferraz e Elaine Benicasa durante coletiva de imprensa. (Foto: Bruna Marques)
Delegadas Analu Ferraz e Elaine Benicasa durante coletiva de imprensa. (Foto: Bruna Marques)

As 14 facadas que mataram Natali Gabrieli da Silva Souza, 18 anos, demonstraram o ódio do companheiro Cleber Corrêa Gomez, 30 anos. O crime aconteceu na madrugada do sábado (1°), na Rua Leopoldina Queiroz Maia, Bairro Parque do Lageado, em Campo Grande, e para as delegadas da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) as testemunhas poderiam ter evitado.

Durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (3), as delegadas Elaine Benicasa e Analu Ferraz contaram que o autor optou por permanecer em silêncio durante o depoimento, mas que outras testemunhas foram ouvidas, entre elas o irmão do autor.

“Ele optou por permanecer em silêncio, mas outras testemunhas disseram que estava tendo uma festa antes e todos ingeriam bebidas alcoólicas. O casal começou a discutir, o autor chegou a quebrar o celular da vítima e a atingiu com uma garrafada na cabeça. Momento em que ela correu para a rua pedindo socorro”, afirmou Analu, delegada responsável pela investigação.

Corpo da mulher morta pelo marido coberto com lençol branco (Foto: Bruna Marques)
Corpo da mulher morta pelo marido coberto com lençol branco (Foto: Bruna Marques)

Cleber foi atrás de Natali e então a atingiu com 14 facadas pelo corpo. A jovem caiu sem vida e ele fugiu em seguida, mas acabou sendo preso momentos depois por equipe do GOI (Grupo de Operações e Investigações) da Polícia Civil. A discussão teria sido motivada por ciúmes do autor.

“A intensidade das facadas mutilou a vítima retratando o ódio do autor. Ela pediu pelo amor de Deus para que ele parasse. Se as pessoas que estivessem ali tivessem agido de alguma forma, poderiam ter evitado”, disse Analu.

Sobre o relacionamento de Natali e Cleber, a delegada explicou que familiares relataram que era conturbado, mas que nenhum boletim de ocorrência chegou a ser registrado pela vítima, no entanto, uma ex-companheira do autor já havia procurado a polícia para registrar uma agressão.

Os familiares de Natali ainda serão ouvidos, mas o irmão de Cleber teria afirmado que a filha do casal, criança de 1 ano e 4 meses, não estava no colo da mãe no momento do crime. Porém, a afirmação ainda será apurada, já que pode afastar uma das qualificadoras do crime.

“Vamos ouvir a família da Natali e outras testemunhas para termos certeza. É muito fácil culpar a vítima depois que tudo acontece, mas não há justificativas para se cometer um feminicídio”, destacou Elaine.

Natali foi morta aos 18 anos, após discussão por ciúmes (Foto: Reprodução | Redes Sociais)
Natali foi morta aos 18 anos, após discussão por ciúmes (Foto: Reprodução | Redes Sociais)

Feminicídio - Por volta das 4h30 do sábado, autor e vítima começaram a brigar e passaram a quebrar objetos da residência. Em seguida, conforme relatos de uma testemunha, a vítima passou em frente a sua casa com uma lesão na cabeça. O autor seguia atrás dela, com uma faca em mãos.

Ele a alcançou e desferiu diversos golpes na vítima. Após o crime, o autor fugiu e foi preso pelo GOI (Grupo de Operações e Investigações) na casa da irmã, localizada no mesmo bairro. Natali foi atingida no pescoço, costas, rosto e nos braços, indicando que tentou se defender.

Cleber tentou cometer suicídio se cortando de forma superficial no pescoço e no punho. No momento em que foi preso, estava com as mãos e as roupas sujas de sangue. Ele confessou que havia matado a mulher.

Cleber sendo levado por equipe do GOI até a Deam, onde está preso (Foto: Henrique Kawaminami)
Cleber sendo levado por equipe do GOI até a Deam, onde está preso (Foto: Henrique Kawaminami)


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