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Cidades

"Médico das celebridades" consegue reverter cassação de registro em MS

Geriatra é famoso por usar tratamento de rejuvenescimento sem comprovação da Anvisa

Gabriela Couto | 05/08/2021 09:08
Conhecido como "médico das celebridades", geriatra Eduardo Gomes de Azevedo, pode voltar a atuar em MS. (Foto: Reprodução)
Conhecido como "médico das celebridades", geriatra Eduardo Gomes de Azevedo, pode voltar a atuar em MS. (Foto: Reprodução)

Quase 1 ano e 10 meses depois de ter o registro funcional cassado pelo CRM-MS (Conselho Regional de Medicina), em Mato Grosso do Sul, o “médico das celebridades”, Eduardo Gomes de Azevedo, teve a suspensão da penalidade publicada no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (05).

Apesar de estar livre da punição, a assessoria de imprensa do CRM-MS informou que esta é apenas a liberação de um dos processos que o especialista responde no estado de São Paulo e que se estendeu ao conselho local.

Punido pelo conselho de outros nove estados, o geriatra, que ficou famoso no Brasil ao usar gerovital (cloridrato de procaína) para tratamento de rejuvenescimento, teve a cassação suspensa conforme publicação

Entre as celebridades que já teriam sido pacientes dele constam, conforme publicações nacionais, o ex-jogador Pelé, o ex-técnico da seleção de vôlei, Bernardinho, a apresentadora Xuxa, o governador de São Paulo, João Doria e o apresentador Silvio Santos.

Em 1995, chegou a ser preso por uso de anestésicos proibidos pelo Ministério da Saúde, por provocarem arritmia cardíaca e convulsões. Naquele ano, o então presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria, Norton Sayeg, disse que Azevedo era “mercador de ilusões”, pois não havia comprovação de que o medicamento fosse rejuvenescedor.

Em setembro de 2018, a clínica dele no Paraná foi alvo de operação da Polícia Civil, após denúncias. Naquele período, conforme publicado no jornal O Extra, o estabelecimento recebeu 17 autuações por irregularidades, como armazenamento de medicamentos que só poderiam ser usados em ambiente hospitalar e, ainda, estavam vencidos.

A clínica também foi autuada por funcionar sem licença sanitária e não ter responsável técnico. A  Polícia Civil do Paraná informou à reportagem que o inquérito ainda está em andamento.

Na página oficial de Eduardo Gomes, ele é citado médico, escritor e empresário, atualmente, sendo o CEO da rede de clínicas Anna Aslan, no Brasil e, hoje, como gestor, “lidera equipe multidisciplinar de profissionais (...) levando saúde e longevidade para pessoas”.

Eduardo Gomes tinha sido cassado por infringir vários artigos da Resolução CFM nº 1.246/88, entre eles, o Art. 29 (praticar atos profissionais danosos ao paciente, que possam ser caracterizados como imperícia, imprudência ou negligência), Art. 124 (usar experimentalmente qualquer tipo de terapêutica ainda não liberada para uso no País, sem a devida autorização dos órgãos competentes) e Art. 60 (exagerar a gravidade do diagnóstico ou prognóstico, complicar a terapêutica, ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos médicos).

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