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Cidades

Mesmo após pandemia, mortes maternas por causas evitáveis seguem em alta

Houve redução de 77% em óbitos por infecção, mas Estado chegou a ter 10ª maior mortalidade do País

Guilherme Correia | 01/03/2023 12:57
Mulher grávida é vacinada contra a covid-19 em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Mulher grávida é vacinada contra a covid-19 em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Apesar de ter reduzido em 77% o número de mortes maternas por doenças infecciosas parasitárias, na comparação de 2021 com 2022, o índice de óbitos por causas evitáveis segue em patamar semelhante, em Mato Grosso do Sul.

Segundo dados do Ministério da Saúde, compilados pelo OOBr (Observatório Obstétrico Brasileiro), foram três mortes por infecções no ano passado e 13 no ano anterior. Houve outras vítimas, mas a descrição detalhada da causa não foi divulgada.

Já em relação aos óbitos por causas consideradas evitáveis pela própria pasta em 90% das situações, o que inclui hipertensão, hemorragias e outras infecções, foram 9 no ano passado e 15 no ano anterior.

Vale ressaltar que os dados ainda são preliminares dos últimos dois anos. Em 2021, Mato Grosso do Sul teve o 10º maior índice proporcional do Brasil - a cada 100 mil nascidos vivos, houve 128,3 mortes de gestantes ou puérperas. O menor índice é de 61 óbitos maternos em Pernambuco. Roraima liderou o ranking, com 281,7. Em países desenvolvidos, a taxa fica em torno de 10 por 100 mil.

Brasil - Nos dois primeiros anos do período pandêmico, 2020 e 2021, as taxas de mortalidade materna no Brasil dobraram, retrocedendo a níveis registrados há 25 anos, segundo a pasta federal. Em 2021, a cada 100 mil nascidos vivos, houve 110 mortes de mulheres brasileiras, mesma taxa de 1998.

Os dados preliminares do Ministério da Saúde mostram que o número é quase o dobro do registrado em 2019, período anterior à pandemia, quando a razão foi de 57,9 mortes. Em 2020, a taxa oficial foi de 71,9 óbitos por 100 mil nascidos vivos.

O Brasil é signatário de um acordo firmado com a ONU (Organização das Nações Unidas) em 2015 para reduzir, até 2030, a razão de mortalidade materna para, no máximo, 30 por 100 mil nascidos vivos, ou seja, quase um quarto do número registrado em 2021. Entretanto, segundo a Folha de S. Paulo, há 95% de chance de o País não atingir a meta.

Ao mesmo tempo que as causas de morte materna clássicas, como a infecção puerperal, continuam, o País ainda investiga os óbitos por covid de 2021, ano em que só a doença foi responsável por 52% das mortes de gestantes e puérperas .

Recente revisão de estudos publicada na revista BMJ Global Health mostra que grávidas com covid têm oito vezes mais risco de morte em comparação às gestantes não infectadas. Recém-nascidos também apresentam maior chance de complicações nos casos em que a mãe contraiu o Sars-CoV-2.

Análise publicada no The Lancet Regional Health Americas, em 2022, indica que as dificuldades são difícil acesso aos testes diagnósticos, falta de vagas em hospitais e a cuidados intensivos adequados. Vale ressaltar que, na gestação, a mulher passa por muitas mudanças que podem causar maior reação inflamatória ao coronavírus.

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