MP busca apoio na Assembleia em investigação sobre preço do etanol
De acordo com a ANP, Estado produziu quase o dobro de biocombustível que Mato Grosso em 2018
O procurador de Justiça Rodrigo Stephanini esteve hoje na Assembleia Legislativa falando sobre investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) sobre o preço cobrado pelo litro do etanol no Estado. Para ele, os fatores que influenciam no valor do combustível não justificam o que é cobrado na bomba.
Stephanini comparou a variação no preço do biocombustível com a oscilação da gasolina. “Na questão da gasolina até entendemos que o preço varia muito em função do barril de petróleo, do dólar. Mas o etanol é produzido no Brasil e Mato Grosso do Sul é o terceiro maior produtor do País”, disse hoje, na Assembleia.
“No Mato Grosso a produção de etanol é bem menor que em Mato Grosso do Sul, mas o lá preço médio do litro chega a R$ 2,70. Em Campo Grande chega a R$ 3,39. Há cidades em que o preço chega a R$ 4,00. Como que Mato Grosso produz menos e tem preço menor que o nosso? Queremos saber o motivo para tentar diminuir esse valor”, questionou Stephanini.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Mato Grosso do Sul produziu quase o dobro de etanol que Mato Grosso em 2018. Foram 3,2 milhões de metros cúbicos, contra 1,7 milhões do estado vizinho.
Já o preço médio do litro do biocombustível em Mato Grosso do Sul é quase R$ 1,00 mais caro que o de Mato Grosso. Última pesquisa de preços da ANP, realizada entre os últimos dias 12 e 18 de maio, aponta para valor médio de R$ 3,718 no Estado. No estado ao norte, o preço médio na bomba é de R$ 2,817.
O procurador explica que o preço do etanol depende do volume de produção de cana-de-açúcar, total de etanol destilado na usina, custos das distribuidoras e tributação estadual.
Ainda conforme Rodrigo Stephanini, a demanda será encaminhado ao procurador Aroldo José de Lima, que coordena os assuntos relacionados ao consumidor no MPMS. Lima será responsável por organizar quais promotores vão investigar o preço do etanol cobrado no Estado.