“Não tenho nada mais a pedir a Deus”, diz mãe de Santiago após transplante
Na dança da vida, surgiu nova oportunidade para o bailarino de 28 anos e procedimento foi realizado ontem

Há mais de 24 horas a professora Marlene Cuella, 49 anos, não consegue comer ou dormir. Ela conta que só faz chorar, mas a lágrima é de alegria. O filho Santiago Cuella da Silva “renasceu” aos 28 anos após quatro anos à espera de transplante de rim. Agradecida, Marlene afirma que não tem mais nada para pedir a Deus.
“Ele nasceu em 11 de setembro de 1992. No dia dois de janeiro de 2021 ele renasceu. Só ainda não pude pegar ele nos braços”, conta a professora, que acompanha o filho em Campina Grande do Sul, cidade paranaense a 38 km da capital Curitiba.
O transplante, com duração de cinco horas, foi realizado ontem no hospital Angelina Caron. O boletim médico informa que ele está bem, mas, conforme protocolo, vai passar 15 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “Ele está reagindo bem. Por conta da pandemia, não posso vê-lo. Talvez na semana que vem possa ver meu filho pelo vidro”, diz Marlene.
A saga do bailarino Santiago por um rim foi mostrada pelo Campo Grande News. Na véspera do Natal (dia 24), ele pegou “carona” em um avião do Corpo de Bombeiros para viajar de Campo Grande a Curitiba.
O procedimento não foi realizado, mas a esperança equilibrista também se mostrou bailarina. Na dança da vida, surgiu uma nova oportunidade e o transplante foi realizado ontem (dia 2).
A viagem ao Paraná começou em uma aeronave do Estado, mas, sem teto, o pouso foi transferido de Curitiba para Londrina. De lá, a professora pagou uma viagem de táxi para levar o filho ao hospital de Campina Grande do Sul. Agora, a torcida é pela recuperação e que o organismo não rejeite o rim transplantado.
Sempre viva - Marlene conta que fica entristecida pela perda da família do doador.
Mas com certeza ele está muito bem, salvou muitas vidas. Gostaria que as pessoas se colocassem no lugar do outros e pensassem que um pedaço do seu filho, do seu marido, da sua irmã, está vivo em algum lugar”, afirma a professora.
No apelo pelas doações de órgãos, ela narra a história de um menino que viajou de carro com os pais de Fátima do Sul até o Paraná, no último sábado (dia 2).
“O menino tinha 13, 14 anos. A mãe estava desnorteada. Não tive palavras, nem soube como dar conforto para aquela mãe”, diz Marlene, que entrou no hospital e não teve mais notícias dos companheiros de dor e esperança.
Solidariedade - A família faz campanha para custear a estadia no Paraná, que deve prosseguir por três meses. Quem puder ajudar, os dados são:
Marlene Cuella
Banco do Brasil
Agência 0048-5
Conta corrente: 210757-0
CPF: 46501240182
Santiago Cuella da Silva
Pix 036.932.331-95.