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Cidades

Número de vítimas do trabalho escravo em 2021 foi 17% maior do que em 2020

Ministério Público do Trabalho encontrou 74 pessoas em condições análogas às de escravo

Aletheya Alves | 17/01/2022 14:38
Exposição do Ministério Público do Trabalho sobre trabalho escravo em MS. (Foto: Divulgação/MPT)
Exposição do Ministério Público do Trabalho sobre trabalho escravo em MS. (Foto: Divulgação/MPT)

Durante 2021, o MPT (Ministério Público do Trabalho) instaurou processos que resultaram no resgate de 74 pessoas em condições análogas às de trabalho escravo em Mato Grosso do Sul. O número é 17% maior do que o contabilizado em 2020, quando 63 trabalhadores foram flagrados na mesma situação.

Conforme informações do ministério, os trabalhadores foram encontrados em nove estabelecimentos rurais espalhados por MS. Já em comparação a 2019, o número é 72% maior, pois 43 trabalhadores foram resgatados naquele ano.

Definido no artigo 149 do Código Penal brasileiro, o trabalho análogo ao de escravo é caracterizado por condições degradantes de trabalho, jornada exaustiva, trabalho forçado e servidão por dívida.

Sem detalhar as especificidades dos casos, o MPT relatou que as operações foram realizadas em conjunto com a Superintendência Regional do Trabalho, Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar Ambiental e Ministério Público Estadual.

Em abril do ano passado, uma das denúncias foi divulgada pelo Campo Grande News. O caso investigado foi investigado pelo MPT em uma fazenda no município de Miranda após um indígena de 50 anos entrar em contato com as autoridades.

Barraco em que trabalhadores dormiam em fazenda de Miranda. (Foto: Direto das Ruas)
Barraco em que trabalhadores dormiam em fazenda de Miranda. (Foto: Direto das Ruas)

De acordo com a denúncia, o homem e outro rapaz faziam serviço de instalação de cerca na fazenda e moravam em um abrigo sem luz, água e de chão batido. O indígena relatou que episódios de humilhação e assédio moral, assim como a não autorização para ir até à cidade, compunham o cenário do trabalho análogo ao de escravo.

Para conscientizar sobre o tema, o ministério está promovendo exposição fotográfica nos shoppings Campo Grande e Norte Sul Plaza até o dia 30 de janeiro. São 26 imagens que retratam as condições em que os trabalhadores foram encontrados.

Exposição discute sobre o tema em dois shoppings da Capital. (Foto: Divulgação/MPT)
Exposição discute sobre o tema em dois shoppings da Capital. (Foto: Divulgação/MPT)

Os casos retratados e que estão expostos foram registrados em fazendas nos municípios de Nioaque, Porto Murtinho, Miranda e Corumbá. Nas imagens é possível ver água suja que era consumida pelos trabalhadores, colchões velhos e sujos colocados sob toras de madeira, barracos de lona plástica em área de vegetação e buracos cavados utilizados como banheiros.

A ação marca também marca o 28 de janeiro, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo e Dia do Auditor-fiscal do Trabalho. Para realizar denúncias, a população pode entrar em contato pelos números (67) 3358-3035, 99211-3420 e 99275-8636.

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