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Cidades

“O clima é tenso, sempre”, diz policial de MS que reforça segurança no RJ

Patrulhamento da PRF coíbe roubo de cargas em via que concentra empresas de logística

Por Aline dos Santos | 27/10/2023 12:52
O policial rodoviário federal José Junior durante trabalho no Rio de Janeiro. (Foto: Arquivo Pessoal)
O policial rodoviário federal José Junior durante trabalho no Rio de Janeiro. (Foto: Arquivo Pessoal)

Nesta madrugada, às 4 horas, o policial rodoviário federal José Rodrigues Vieira Junior, 50 anos, que é lotado em Mato Grosso do Sul, terminou o último plantão de uma temporada na capital do Rio de Janeiro. Do trabalho, extrai a constatação: “o clima é tenso, sempre, em se tratando de Rio de Janeiro, o período que vivemos agora”, diz o policial.

Numa nova onda de violência, o Rio de Janeiro, onde modalidades criminosas são disputadas por milícias e facções, teve reforço na segurança pública, com deslocamento de policiais de outras unidades da federação.

Na equipe de Junior, são cinco policiais rodoviários de Mato Grosso do Sul. O patrulhamento é na Presidente Dutra, do início da Baixada Fluminense até Mesquita, município da região metropolitana.

O ponto é delicado por ser rota para várias empresas de logísticas, tornando as cargas cobiçadas pelos criminosos. Sejam as de maior valor, como eletrônicos e celulares, ou de alimentos, como pacotes de bolacha, produto que pode ser facilmente vendido na rua.

“As equipes ficam circulando, fazendo ronda de dia e noite. É 24 por sete, 24 horas por dia, sete dias por semana. Tem um problema muito sério que são os assaltos nos pontos de ônibus. Particularmente, fiquei muito admirado pela quantidade de pessoas que acordam muito cedo para trabalhar. No domingo, 4 horas da manhã, os pontos de ônibus estão cheio de pessoas com uniforme de empresas”, diz Junior.

A situação dos trabalhadores, que são vítimas dos assaltantes, perdendo em fração de segundo parte do parco patrimônio, sensibiliza os policiais. Inclusive, viaturas até paravam perto de pontos de ônibus com menos pessoas, onde os trabalhadores se tornam ainda mais vulneráveis.

“Sai para trabalhar na madrugada e é assaltado, isso é lamentável”, afirma o policial. Com 29 anos de atuação na PRF (Policia Rodoviária Federal), ele conta que já participa de operações no Rio de Janeiro desde 2005. Mas a experiência não impede a preocupação dos familiares.

“Sem dúvida, a família fica receosa. Minha esposa já está mais acostumada com o meu sacerdócio. Mas meu pai e minha mãe ficam preocupados”, diz Junior, que é pai de duas meninas, de 6 e 8 anos.

Durante o patrulhamento no Rio de Janeiro, os policiais rodoviários federais portam pistola e também armas de cano longo, os fuzis. O armamento mais pesado também é utilizado na região de fronteira de Mato Grosso do Sul. “Estamos habituado, mas todos aqui recebem uma arma longa, até o motorista da viatura”, afirma Junior. Os fuzis são calibres 762 e 556.

O policial participou de flagrante com dois presos, que estavam em carro roubado.

Desde segunda-feira (dia 23), o Rio registra onda de atentados, com 35 ônibus e um trem incendiado. O estopim foi operação da Polícia Civil que terminou com a morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, de 25 anos, o Faustão.

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