Pacientes em UTI por covid agora morrem cerca de 12 vezes mais rápido em MS

O tempo em que pacientes ficam internados por covid-19 em leitos de terapia intensiva de Mato Grosso do Sul caiu expressivamente no início deste ano. Segundo levantamento feito pelo Campo Grande News, com dados do Ministério da Saúde disponibilizados no início da semana, março apresentou média de apenas um dia no tempo em que uma pessoa dava entrada em UTI até falecer.

A reportagem analisou a diferença na data de entrada e dia de óbito de pouco mais de 1,6 mil pacientes que passaram por UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ao longo de toda a pandemia. No início do ano, a média era de aproximadamente 13 dias - até então, a taxa apresentava estabilidade.

Os dados só foram consolidados agora e não incluem registros das hospitalizações do mês de abril - que é o mais letal de toda o período pandêmico.

Em março, reportagem já tratava sobre a rapidez na qual pacientes de covid-19 estavam morrendo no Estado. Foram considerados pacientes em quaisquer condições - internados ou não, e à época, o infectologista Júlio Croda ressaltou que esse acontecimento poderia estar relacionado com os efeitos da nova variante do coronavírus, de origem brasileira. "Impacto da nova variante, que é mais agressiva. Pessoas apresentam sintomas mais precocemente e também há a evolução da doença", comentou.

Semanas após, estudo publicado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) identificou aceleração no tempo de morte de 14 para apenas dois dias - resultado das mutações do coronavírus, mais transmissíveis e letais.

Conforme boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (30), Mato Grosso do Sul acumula 248,2 mil infectados e 5.786 mortos pelo coronavírus desde o início da pandemia. Dos óbitos, 1.276 aconteceram apenas em abril, o equivalente a 22% do total.

O mês mais letal, até então, havia sido março deste ano, com 1.081 vítimas confirmadas. Antes disso, dezembro (588 mortes) havia quebrado recorde.