Preso armazenava 760 mil fotos e vídeos contendo pornografia infantil
Técnico de informática tinha 16 HDs e 1 computador com material pornográfico
O técnico de informática de 29 anos preso pela Operação Luz na Infância 5 nesta manhã foi flagrado com 4 terabytes em arquivos contendo fotos e vídeos de crianças e adolescentes sendo vítimas de exploração sexual. O material estava armazenado em 16 HDs e um computador apreendidos na casa do alvo, no Jardim Tijuca, em Campo Grande.
A delegada Marília de Brito, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), não deu muitos detalhes do depoimento do preso, mas informou que ele não tem passagens por crimes sexuais contra crianças.
Com o alvo, estava o filho dele, de 3 anos. A criança foi ouvida pelo setor psicossocial da delegacia e por enquanto, ficou descartada a hipótese de que o menino sofria abuso. Ele foi entregue para uma das avós.
Segundo a delegada, somente depois da análise de todo o conteúdo apreendido afirmar se o técnico de informática produzia ou não o material pornográfico infantil. Pelo flagrante, ele responderá por armazenar e distribuir a pornografia. A polícia pedirá a prisão preventiva dele.
A profissão - Na semana passada, outro técnico de informática foi alvo da operação contra pedofilia. A Criança Segura foi desencadeada pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) na manhã do dia 30 de agosto. O homem, de 38 anos, revelou ter baixado mais de 90 mil arquivos, entre fotos e vídeos onde crianças e adolescente aparecem nuas ou em cenas de sexo explícito. Com ele foram encontrados 3 terabytes de material proibido, armazenados em dois celulares, 8 HDs externos, um gabinete de computador e um pen drive apreendidos.
Em março, na 4ª fase da Luz na Infância, técnico de informática, de 34 anos, foi preso no bairro Cabreúva. Segundo a polícia, ele filmava crianças nas casas em que trabalhava e também na rua em que morava. Os vídeos focavam nas partes íntimas das vítimas.
Não se trata de coincidência. A delegada explica que a distribuição e o consumo de pornografia infantil são feitos na chamada deep web, sistema de navegação na internet que deixa menos rastro. “Por ter conhecido técnico, esse profissional tem acesso a campos que outros não conseguem chegar”.
O uso da cama profunda da internet também dificuldade o trabalho da investigação e segundo a delegada, cada alvo é monitorado de quatro a seis meses. “Temos de identificar o fluxo do material para descobrir quem é o portador, quem distribui e quem consome”.
Luz na Infância – Na 5ª fase da operação, foram expedidos ao todo 105 mandados de busca e apreensão. Além de Mato Grosso do Sul, equipes estão no Amazonas, Amapá, Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Piauí, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.
No exterior, os alvos estão nos Estados Unidos, Panamá, Paraguai, Chile, Equador e El Salvador. Esta etapa conta com o apoio da Polícia Federal.
O segundo preso na operação em Mato Grosso do Sul é um caminhoneiro de Aquidauana, de 32 anos. Segundo a polícia, ele confessou que consome pornografia infantil desde a juventude. O depoimento formal ainda será coletado na Depca, em Campo Grande.