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Cidades

"Quem decreta pandemia ou endemia é a OMS", diz secretária sobre flexibilizações

Definição não é feita por autoridades locais de saúde, ainda que MS tenha liberado algumas medidas restritivas

Guilherme Correia e Adriel Mattos | 23/03/2022 10:20
Campo-grandenses, de máscara, em ponto de integração do transporte coletivo. (Foto: Marcos Maluf)
Campo-grandenses, de máscara, em ponto de integração do transporte coletivo. (Foto: Marcos Maluf)

A secretária-adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone, ressaltou na manhã desta quarta-feira (23), que a SES (Secretaria Estadual de Saúde) não tem atribuição para definir se uma doença se caracteriza ou não como endemia ou pandemia.

Segundo ela, esta classificação é feita pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e que, portanto, Mato Grosso do Sul segue sob vigilância dos perigos relacionados ao coronavírus, mesmo após recentes flexibilizações.

"Quem decreta pandemia ou endemia é a Organização Mundial de Saúde, então não existe [essa decisão]. A pandemia continua existindo nos cinco continentes, e a variante Ômicron BA.2 tem causado bastante hospitalizações e mortes.”

Em território estadual, Maymone destaca que há cenário de “queda acentuada no número de casos há cinco semanas e também de óbitos e hospitalizações”, o que motivou liberação do uso de máscaras.

Ainda assim, o governo estadual tem mantido recomendação a determinados grupos, baseados nos conceitos de condição individual de saúde, ambiente e município.

Se o cidadão possui mais de 60 anos, por exemplo, é imunossuprimido, tem diabetes ou está sem o ciclo vacinal completo, é recomendado que mantenha o uso do item. “Nesse caso, a pessoa precisa usar a máscara”, diz Maymone.

Em casos onde é trabalhador de saúde em unidade pública ou particular, ou em ambientes com aglomeração, a secretária diz que é importante que se mantenha o uso.

Vale lembrar que as prefeituras têm poder para decidir medidas mais restritivas, se houver necessidade, e portanto, o indivíduo deve estar atento às definições locais. “As pessoas têm que ter bom senso para a escolha dessa decisão.”

Outro aspecto que indica o declínio, neste momento, dos casos de covid-19, é a redução da procura por testes para detecção do vírus. Ainda que estruturas montadas pelos poderes público e privado tenham sido desativadas, por falta de adesão, a SES ainda distribui exames a todos os municípios.

“Nos postos de saúde, nunca faltaram testes. Atualmente, estão todos sendo processados pelo Lacen [Laboratório Central]”, completa.

Definição - Em publicação oficial do Instituto Butantan, a diretora do Laboratório de Virologia, Viviane Fongaro Botosso, explica que uma pandemia é caracterizada por ser uma doença que atinge diversos países e afeta um grande número de pessoas.

Quem define quando uma doença se torna esse tipo de ameaça é a OMS. Por outro lado,  a epidemia é quando há aumento de casos em regiões, estados ou cidades, mas sem níveis globais.

É importante ressaltar que o coronavírus tem estágios diferentes em várias partes do mundo. Recentemente, a variante Ômicron, que surgiu fora do País, provocou uma mudança no cenário da doença, já que fez o Estado registrar recorde de infecções - há algumas semanas, confirmava-se quase 3 mil infecções a cada 24 horas.

Mesmo assim, o aumento da cobertura vacinal fez reduzir a letalidade do vírus -  em janeiro, foi a menor de toda a pandemia e, em fevereiro, mesmo com leve aumento, permaneceu inferior aos piores momentos da pandemia. Na prática, mais pessoas se infectam, mas menos morrem, por conta dos imunizantes.

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