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Cidades

Réu por morte de garagista pede para entrar na lista de proteção a testemunhas

Envolvido em assassinato afirmou que cumprirá determinações da Justiça assim que for incluído em programa

Por Dayene Paz | 17/01/2025 08:55
Réu por morte de garagista pede para entrar na lista de proteção a testemunhas
Carlos Reis Medeiros de Jesus, assassinado em novembro de 2021. (Foto: Reprodução/Facebook)

Após ameaças, Kelison Kauan da Silva, de 25 anos, pediu para entrar na lista do Provita (Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas). Conhecido como "Jamaica" ou "Mamaica", ele é réu pelo assassinato do garagista Carlos Reis Medeiros de Jesus, o “Alma”. O crime, que ocorreu em novembro de 2021, repercutiu em Mato Grosso do Sul e três pessoas foram denunciadas. O corpo de Carlos nunca foi encontrado.

Jamaica acabou preso no dia 7 de fevereiro de 2023, em cumprimento a mandado expedido pela Justiça de Campo Grande, depois de não comparecer na primeira audiência do caso, dias antes. Depois, em junho do mesmo ano, conseguiu liberdade provisória por "não oferecer riscos" no trâmite processual.

Com a soltura, a Justiça determinou medidas cautelares, como comparecimento em todos os trâmites quando solicitado, informar endereço e não sair de casa durante a noite. Por meio de documento anexado nos autos do processo, a defesa explicou que ele cumprirá essas medidas assim que for incluído no Provita.

(...) o seu não comparecimento aos autos processuais, para cumprimento das medidas cautelares, cinge-se unicamente em decorrência de efetiva necessidade preventiva", pontuou a advogada Adriana Eterna Ramos.

O garagista Carlos Reis sumiu em novembro de 2021 e investigação da DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios e de Proteção à Pessoa) apontou para uma trama envolvendo agiotagem e vingança.

O assassinato do garagista envolve relação da vítima com Thiago Gabriel Martins, filho de José Venceslau Alves da Silva, ou "Celau", homem com extensa ficha criminal, com quem Alma também tinha negócios. Durante a investigação, a polícia teve acesso a áudio no qual Alma revelava ter "despejado bastante dinheiro desse velho na praça", se referindo a Celau, que morreu em 2020.

Mais conhecido como "Thiaguinho do PCC", ele estava preso quando o pai morreu. Para recuperar a herança perdida, se colocou na vida do garagista e também inseriu Vitor Hugo de Oliveira Afonso, o “Primo”, na rotina de Carlos.

Homicídio - A investigação indica que Alma foi assassinado por Thiago Gabriel, que teve ajuda dos funcionários, em uma oficina do Bairro Aero Rancho, na Capital. Na data do desaparecimento, 30 de novembro de 2021, foi atraído para o estabelecimento na Avenida Gunter Hans, a fim de tratar de negócios. Por ser comum o tipo de conversa entre eles, Alma não desconfiou.

Ao chegar no comércio, o garagista estacionou a caminhonete S-10 na Avenida Gunter Hans e se dirigiu para o fundo da oficina, como era de costume. No local, estava Thiago, Primo, Rodrigo José Martins da Silva (irmão de Thiago) e outro funcionário. Houve uma discussão, então Alma foi executado com aproximadamente três tiros em "pleno horário comercial", como discorre trecho da investigação.

Depois, o corpo foi esquartejado, com apoio principalmente de Primo, que já teria cometido esse tipo de crime no Acre, sendo "fácil" para ele ocultar o corpo. Depois, Thiaguinho do PCC chamou todos os funcionários, afirmando que "quem abrisse a boca teria o mesmo fim".

O local foi lavado por um funcionário e depois o corpo foi levado para um lugar ainda desconhecido em uma caminhonete de cor prata. Até hoje o corpo não foi localizado.

Julgado - Vitor Hugo de Oliveira Afonso foi julgado em junho do ano passado e condenado a 25 anos e 11 meses de prisão por envolvimento no assassinato do garagista.

Executor - Thiaguinho foi preso na Bolívia com granadas de guerra e carregamento de cocaína no dia 20 de agosto de 2023. O nome dele foi para a lista do alerta internacional da Difusão Vermelha da Interpol. Ele e Kelison ainda não foram julgados.

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