ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, SEGUNDA  01    CAMPO GRANDE 27º

Cidades

Procurado por assassinato de garagista, "Jamaica" é preso em Goiânia

Garagista foi morto em oficina no Bairro Aero Rancho, em 2021, mas corpo nunca foi achado

Dayene Paz | 06/03/2023 18:05
Carlos foi assassinado em oficina no Aero Rancho, mas o corpo nunca foi encontrado. (Foto: Arquivo Familiar)  
Carlos foi assassinado em oficina no Aero Rancho, mas o corpo nunca foi encontrado. (Foto: Arquivo Familiar)

Kelison Kauan da Silva, o "Jamaica", procurado por envolvimento no assassinato do garagista e agiota Carlos Reis Medeiros de Jesus, o "Alma", em Campo Grande (MS), foi encontrado em Goiânia (GO). Ele chegou a ser preso no fim do ano passado, contou detalhes da morte, mas conseguiu liberdade e, desde então, "sumiu" de Mato Grosso do Sul.

Durante a investigação que começou depois do desaparecimento de Carlos Reis, Jamaica teve a prisão temporária decretada e chegou a ser colocado atrás das grades no começo do ano passado, mas não revelou nada sobre o crime e conseguiu liberdade.

Em agosto, voltou a ser preso, desta vez por tráfico de drogas, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã. Foi então que Kelison resolveu contar detalhes da execução, que aconteceu em uma oficina no Bairro Aero Rancho, na Capital.

Jamaica revelou como tudo aconteceu e afirmou que chegou a limpar o local, mas garantiu que só viu e não participou do crime. Com a confissão, conseguiu liberdade mais uma vez e acabou sumindo de MS.

Em fevereiro deste ano, durante a primeira audiência do caso, a Justiça decretou a prisão dele. Cerca de uma semana depois, Jamaica foi encontrado pela polícia de Goiás.

O caso - Alma desapareceu em 30 de novembro de 2021, em Campo Grande, e o corpo nunca foi encontrado. Desde a data do sumiço, o caso virou uma incógnita, desvendada em investigação da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), que chegou a três homens como autores do crime.

São eles: Thiago Gabriel Martins da Silva, conhecido como "Thiaguinho PCC" ou "Especialista" (filho de José Venceslau Alves da Silva, ou "Celau", homem com extensa ficha criminal e que tinha negócios com o garagista), Vitor Hugo de Oliveira Afonso e Kelisson Jamaica. Os três foram indiciados pela polícia e agora, apenas Thiaguinho PCC está foragido.

Em dezembro, a investigação chegou ao Corsa Classic, cor prata, utilizado para levar o corpo de Carlos Reis ao local onde foi desovado, ainda desconhecido pelas autoridades. Há vestígios que um corpo foi levado no veículo e a polícia aguarda laudos que coincidam com o DNA da vítima. Contudo, para a polícia, a autoria do trio é certa.

Audiência - Na primeira audiência do caso, em 7 de fevereiro, os investigadores confirmaram que o garagista emprestava dinheiro a juros e que fazia negócios com o trio. A apuração policial também aponta que Alma tinha negócios com "Tio Arantes", um dos líderes do PCC em Mato Grosso do Sul e da maior rebelião que o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande já teve.

Toda a trama, em resumo, envolveu alta quantia em dinheiro. O que foi usado como isca para atrair Alma até a oficina na data da morte. Ele foi fazer um "acerto" com Thiaguinho PCC e estava sentado em uma cadeira, quando levou golpes de faca no pescoço dados por Vitor. Thiaguinho disfarçava contando o dinheiro, mas se levantou e disparou três vezes contra a vítima.

Thiaguinho mandou Kelisson limpar o local e comprar uma lona. Em seguida, o corpo foi colocado no porta-malas do Classic, para onde foi levado em local incerto. Câmeras de segurança mostraram Kelisson saindo do local e voltando com uma sacola nas mãos. Também flagraram Thiaguinho no banco do passageiro do Classic, deixando a oficina na data da morte - uma tatuagem no pescoço dele ajudou na identificação, enquanto Vitor Hugo dirigia o carro.

Após o crime, alguns carros foram retirados da oficina do garagista, o que foi flagrado pela esposa dele naquela noite. Ela estranhou e foi então que decidiu procurar a polícia para informar o desaparecimento do marido.

Depois da execução, Thiaguinho pesquisou na internet, pelo celular, como "burlar luminol". O que foi confirmado pela perícia no aparelho. Quando a polícia esteve na oficina, o local foi totalmente quebrado, até o contrapiso. Em seguida, massa de cimento foi colocada em cima, o que dificultou o trabalho pericial.

Na audiência, a esposa e filha da vítima também foram ouvidas. A esposa confirmou a relação de Alma com Thiaguinho e Vitor Hugo - este último que devia R$ 60 mil ao garagista. Thiaguinho também devia uma quantia, mas a mulher afirma não saber qual.

Ela acredita que o marido foi marcado para morrer após não autorizar a execução de um devedor, o "Alemão". "Teve uma reunião para acertar a cabeça do Alemão e viriam dois irmãos de SP para matar. Acho que eles queriam quitar a dívida e ganhariam dinheiro de Alma para matar o Alemão. Mas o Carlos não autorizou a execução e por isso que a cabeça dele foi pra jogo", afirmou.

Nos siga no Google Notícias

Veja Também